O Hospital Memorial, no Engenho de DentroReprodução da internet
"A transferência para o Hospital da Assim, no Méier, saiu às 22h de ontem (segunda-feira). Era o que eu precisava, porque sou filha única e moro próximo ao hospital. Antes da transferência, fizeram teste de covid nele. No de reagente químico, deu negativo. Mas a tomografia mostrou mancha sugestiva para covid nos pulmões. Por conta disso, o Memorial disse que o hospital se negou a recebê-lo. Só que o hospital é o mesmo que agora disponibiliza leito de UTI não covid. Não dá para entender", questiona Elizabeth Silva Santos, de 57 anos, filha de Nélio.
Segundo ela, o pai tem um histórico de oito AVCs, sofridos desde janeiro de 2020, e que, em todas as circunstâncias, ficou internado em UTI por 48 horas para avaliação e monitoramento do quadro de saúde. Ela conta que se surpreendeu com a oferta de leitos de covid e de não covid em situações diversas dentro do mesmo hospital:
"Não entendo como não havia definição se ele precisava de leito específico para coronavírus ou não. Enquanto a vaga não era disponibilizada, meu pai ficou sem o monitoramento adequado, o que poderia ter agravado a situação dele".
Durante as 18 horas em que o pai ficou na emergência do Hospital Memorial, ela conta que foram oferecidos dois leitos de UTI não covid em hospitais da Penha e de Santa Cruz, informados, respectivamente, às 19h de segunda-feira e às 16h desta terça. Porém, a filha negou a transferência devido à distância de casa:
"Só que surgiu a vaga no Hospital Assim do Méier cerca de três horas depois da primeira oferta na Penha. Mas houve a negativa devido à suspeita de covid. Os médicos explicaram que o protocolo é confiar mais na imagem sugestiva da tomografia dos pulmões do que no teste de reagente químico".
Elizabeth conta que, após a negativa do Hospital Assim, o Hospital Memorial ofereceu leito de UTI covid para Nélio, por volta de 1h desta terça-feira.
"Não aceitei, pois a tomografia era apenas sugestiva para covid, mas não se tinha a confirmação. Sendo assim, ele poderia pegar a doença no CTI".
Cerca de 12 horas depois, segundo Elizabeth, no mesmo hospital foi oferecido um leito de enfermaria não covid para Nélio:
"Por volta de meio-dia de hoje (esta terça-feira), me disseram que os médicos reavaliaram o quadro e decidiram que o resultado negativo do teste de reagente químico era suficiente para indicar que não haveria risco de contaminação, e que a mancha no pulmão poderia ter sido de uma infecção anterior. Mas segui buscando a vaga de UTI. Foi uma situação muito difícil. O sentimento era de que alguém estava me enganando", desabafa Elizabeth.
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