Festa Suba, Jovem, tem ingressos a R$ 440REPRODUÇÃO INSTAGRAM
Sem bloco de rua, festas particulares cobram mais de R$ 2 mil por ingressos
Procura cresceu após anúncio da prefeitura de cancelar o carnaval de rua. Desfiles na Sapucaí e bailes fechados poderão acontecer
Rio - Quem tinha planos de curtir o Carnaval de 2022 nos blocos de rua, cancelados pela prefeitura, terá que desembolsar uma boa nota - quase um salário mínimo inteiro - se quiser participar das festas fechadas programadas na cidade. Sites populares de venda de ingressos anunciam tickets que variam de R$ 300 a quase R$ 1 mil, em festas com diferentes atrações. Algumas delas, inclusive, são blocos de carnaval que não poderão desfilar.
Na Sexta de Carnaval, um evento com 'local a definir' cobra ingressos de até R$ 520. A festa 'We Make Better Days' tem atrações como Pedro Sampaio, e Pathy de Jesus. Já o Parque dos Atletas terá, no Domingo (26) e Segunda (27) de Carnaval, o festival 'Carnaval das Artes', com shows de Barões da Pisadinha, Luan Santana, Belo, Ferrugem, Wesley Safadão e outros. O ticket para os dois dias está R$ 350.
O Riocentro terá shows de Anitta, Thiaguinho, Leo Santana e outros nomes de peso no Domingo (27), com ingressos que passam dos R$ 700. A segunda de carnaval (28) tem o evento 'Baile da Purpurina', com ingressos de R$ 440 e a presença de blocos de rua que não poderão desfilar, como o Amigos da Onça.
Os bailes de gala de clubes e hotéis, como o do tradicional Copacabana Palace, ainda não divulgaram preço de ingresso. Nos últimos, a entrada chegava a custar mais de R$ 2 mil.
Rio tem o carnaval de rua cancelado
A Prefeitura do Rio decidiu, na terça-feira (4), em reunião com representantes de nove blocos e três megablocos do Rio, suspender o carnaval de rua pelo segundo ano seguido, por conta da pandemia da covid-19. O evento estava previsto para ser realizado no final de fevereiro e no início de março deste ano.
Após o anúncio, o prefeito Eduardo Paes ressaltou que os desfiles das escolas de samba na Sapucaí estão mantidos. "Lá nós podemos estabelecer controles efetivos", disse. Ele também sugeriu, aos blocos de rua, eventos no Parque Madureira, no Parque Olímpico e em outro local a ser definido Zona Oeste. Ambos aconteceriam em ambientes fechados, mas com controle sanitário. A princípio a proposta não foi bem aceita pelos representantes, que entendem que os blocos têm uma relação com seus bairros. Ao finalizar, Paes disse que aceita uma contraproposta.
De acordo com Rita Fernandes, presidente da Associação Independente dos Blocos de Carnaval de Rua do Rio de Janeiro, a Sebastiana, o anúncio do cancelamento do evento foi feito pelo prefeito Eduardo Paes durante o encontro de hoje. O secretário municipal de Saúde, Daniel Soranz, também participou da reunião.
"Ele anunciou e a gente acata. Ele disse que pelos dados de hoje (da covid-19), não há condições de realizar o Carnaval. Nós vamos recuar. A gente não tem um bom cenário. Não é só por causa da nova variante, também tem a gripe da Influenza", afirmou Rita.
Ao ser perguntada se o prefeito divulgou alguma outra data que possa ser realizado o Carnaval, a presidente da Sebastiana negou. "O evento sempre será realizado na sua data. Não tem Carnaval no meio do ano. Os blocos mesmo não querem fazer em um período diferente. Parece que o carioca também não gosta disso, e nem a gente tem vontade".
Ainda segundo Rita, alguns blocos pensam em fazer eventos em outros lugares. "O mais provável é que a gente tenha festas fechadas de bailes, shows, gritos de Carnaval, e não mais os blocos de rua".
O infectologista Renato Kfouri, representante da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), com o aumento das taxas de transmissão do coronavírus, ressaltou que o correto "é restringir a socialização", como foi feito no início da pandemia.
"Do mesmo jeito que a gente flexibilizou quando as taxas estavam baixas (abrimos estádios, bares, restaurantes etc), agora a gente tem que regredir. Como há muita gente contaminando muita gente, tem que frear o contágio, a convivência", disse o especialista
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