Ernesto Marinho, Presidente do Bloco Carnavalesco Cordão do Bola Preta, nesta quarta feira (05).Marcos Porto/Agencia O Dia
Na transmissão, Paes disse ter sugerido aos representantes de blocos cariocas a possibilidade de realizar os desfiles de algumas agremiações tradicionais em locais fechados pré-determinados, como o Parque Madureira, na Zona Norte. Segundo o presidente da Bola Preta, Pedro Ernesto Marinho, a ideia foi recebida com expectativa, uma vez que a estrutura do local permite o controle do passaporte da vacina.
"Estamos de acordo e prontos para fazer um grande evento no Parque Madureira, cuja estrutura permite os protocolos da Secretaria de Saúde e vigilância sanitária. Madureira tem na história a realização dos melhores carnavais da nossa cidade. Esperamos que aconteça e temos certeza que será uma verdadeira apoteose na terra da Portela e Império Serrano", disse o presidente.
O prefeito também afirmou que os desfiles das escolas de samba na Marquês de Sapucaí permanecem confirmados. A justificativa, de acordo com ele, é a de que a festa no Sambódromo permite a exigência de vacinação contra a Covid-19 e o controle de testagens, o que não ocorreria em blocos de rua.
Templo da folia
As atividades do Cordão da Bola Preta voltarão a partir do dia 20 de janeiro com a Feijoada do Bola, que também ocorrerá nos dias 5 e 19 de fevereiro. No sábado de carnaval terá, ainda, a Macarronada Carnavalesca. A organização afirma que promoverá bailes entre domingo e terça-feira de Carnaval e que exigirá comprovante de vacinação para todas as atividades realizadas. De acordo com Pedro Ernesto, o objetivo é transformar a sede do bloco em um "templo da folia" durante todo o mês de fevereiro.
"Qualquer evento do Bola, seja na sede ou eventualmente no Parque Madureira, vai ter que seguir todo o protocolo. Passaporte de vacinação, se tiver que fazer teste rápido, será feito. Não vamos abrir mão, é para o bem estar de todos", afirmou Ernesto.
Fundado em 1918, o bloco é o mais antigo do Rio de Janeiro e teve o primeiro desfile oficial um ano mais tarde, em 1919, no que ficou conhecido como "o maior Carnaval de todos os tempos", após os horrores da gripe espanhola e da Primeira Guerra Mundial. Depois disso, o Cordão da Bola Preta consolidou a tradição de realizar o desfile em todo sábado de Carnaval, concluindo, até hoje, 102 festejos.
Cacique de Ramos
Fundador do bloco Cacique de Ramos, o carioca Ubirajara Felix do Nascimento, o Bira Presidente, acredita que a decisão da Prefeitura do Rio foi pertinente. Aos 84 anos, ele destacou que é preciso seguir as orientações das autoridades de saúde e relembrou a importância da preservação da população durante a pandemia. Como alternativa aos blocos de rua, Ubirajara disse planejar uma festa na quadra, em Olaria, na Zona Norte.
"Somos uma nação do carnaval de rua, mas como levar para avenida tanta gente, sem a responsabilidade que nos cabe? Já conversei com minha Diretoria para que produzam uma festa em nossa quadra. Vai ter folia, vai ter alegria e, principalmente, segurança", afirmou o fundador.
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