Carnaval de rua não acontecerá no Rio; cidades da Região dos Lagos analisamPH de Noronha / Divulgação

Rio - A Associação Comercial do Rio e a Hotéis Rio, sindicato patronal dos meios de hospedagem da cidade, divulgou nota em apoio ao cancelamento do Carnaval de Rua no município, nesta quarta-feira. Segundo as entidades, o crescimento dos casos confirmados de covid-19 impedem a execução dos eventos com segurança na cidade: "nós precisamos respeitar o que manda a ciência", diz o comunicado da Hotéis Rio. A festa dos blocos foi cancelada nesta terça-feira pela Prefeitura do Rio.
Segundo a associação do comércio, a decisão tomada pelo prefeito Eduardo Paes foi acertada ao cancelar as comemorações das ruas pelo segundo ano consecutivo. "Dentro do que é possível realizar, seguindo todos os protocolos de segurança, o prefeito optou sabidamente por manter os desfiles das Escolas de Samba, que são a maior atração da cidade neste período e que podem ser realizados em ambiente controlado", afirmou a entidade. 
Apesar de reconhecer a importância cultural do Carnaval de Rua, a entidade ponderou que as aglomerações provocadas pelos blocos seriam "um imenso risco de contaminação à população". 
Na mesma linha, a Hotéis Rio disse em nota que já esperava o cancelamento das festividades nas ruas. Segundo o sindicato, o crescimento de casos da covid-19 justifica a mudança no planejamento da folia. "O cancelamento do Carnaval de rua já era de certa forma esperado. Afinal, o crescimento dos casos de Covid-19 vem alarmando o mundo inteiro e aqui no Brasil e no Rio de Janeiro não é diferente. Acho que é prudente e necessário, e nós precisamos respeitar o que manda a ciência", pontuou.
Apesar do cancelamento, o sindicato projeta bons resultados para a rede hoteleira neste Carnaval. Isso porque, segundo o Hotéis Rio, em 2021, ainda com bloqueios provocados pela pandemia e sem nenhuma comemoração, a cidade teve 80% de sua capacidade ocupada. "As pessoas vieram aqui em família, buscando o que a cidade tem. Vieram pela cidade, pelo entretenimento, pelos pontos turísticos. Acho que vale a pena a gente postergar um pouco esse grito de Carnaval", concluiu.
Outra entidade que se manifestou favorável, o Rio Convention & Visitors Bureau reconheceu que o cancelamento deve ter impactos no turismo e para a economia carioca. Segundo a entidade, o último carnaval antes da pandemia, em 2020, trouxe mais de dois milhões de turistas para o Rio de Janeiro e resultou em uma movimentação econômica de R$ 4 bilhões. 
O Rio Convention também aprovou a manutenção dos desfiles no Sambódromo, mas defendeu que se o cenário epidemiológico da cidade piorar, o mais indicado é que toda a festa seja transferida para julho deste ano. 

"Lembramos que o carnaval, assim como o réveillon, são responsáveis por uma receita crucial para o turismo, mas não conseguem manter o setor durante o ano inteiro. Por isso, o Rio Convention Bureau vem trabalhando para incentivar o turismo de negócios para que o Rio de Janeiro se destaque como principal destino no Brasil e na América Latina", disse a entidade. 
Diferente do Carnaval de Rua, os desfiles das escolas de samba no Sambódromo, nos dias 25,26,27 e 28 de fevereiro, e no sábado seguinte, dia 1º de março, seguem mantidos. Assim como os bailes de Carnaval em locais fechados.