A influenciadora posta diversas fotos de viagens pelo Brasil Reprodução

Rio- Apesar da influenciadora digital Ingrid Caroline Borges Gonçalves, de 20 anos, afirmar ter sido vítima de um golpe, a delegada que investiga o caso afirma que não há possibilidade de que a jovem não soubesse da existência do cartão de crédito clonado usado por ela. Ingrid foi presa em flagrante e autuada pelo crime de tentativa de estelionato ao tentar pagar a estadia em um apartamento alugado por temporada, no Leblon, na Zona Sul do Rio, na segunda-feira (24). 
"Ela foi presa em flagrante. Ela sabia do esquema e se beneficiou. Não há possibilidade de que a influenciadora tenha sido vítima de golpe", declara a delegada Camila Lourenço.
Em nota, o advogado Lucas França Bressanin defende que Ingrid foi vítima de um golpe de uma empresa com nome de Grupo+. "Em meados de julho de 2021, a influencer foi abordada através da mídia social Instagram pelo @grupo.maisx onde, na oportunidade, o interlocutor se apresentou como uma agência de viagens e propôs uma parceria para divulgação, em troca, a influencer receberia passagens e hospedagens gratuitas e/ou com descontos".
Apesar da polícia afirmar que a jovem faz parte do esquema, o advogado ressalta que Ingrid não tinha conhecimento da clonagem do cartão de crédito. "Com a parceria firmada, a influencer passou a divulgar em suas mídias sociais o grupo, que exigiu todos os seus dados pessoais para que pudessem disponibilizar as referidas passagens e hospedagens em pagamento pela divulgação. De forma criminosa, premeditada e ardilosa, o estelionatário, em posse de todos os seus dados pessoais, efetuou a clonagem de um cartão de crédito, que foi utilizado pelo malfeitor da forma online e sem o conhecimento da mesma".

Ingrid também nega as acusações. Ela fez uma séries de vídeos explicando o caso, depois de ter sido cobrada por seus seguidores. Antes de se pronunciar sobre o assunto, a jovem apareceu em suas redes sociais para dar bom dia aos seguidores, mas não havia falado sobre o assunto. "Não fiz cartão. Não sabia da existência disso. Eu fui vítima de um golpe. Eu vou provar isso".
A delegada Camila Lourenço voltou a afirmar que Ingrid confessou que sabia da clonagem do cartão. "Ela admitiu que o cartão que estava no nome dela não a pertencia. Que sabia da falsidade do cartão".

Mas, a influenciadora negou que tenha confessado tal coisa. "Eu não confessei nada, até porque era tudo mentira. Falei em todo momento que não sabia da existência do cartão. Eu estou com meu coração em paz por saber que não fiz nada disso. Inclusive a delegacia sabe disso. Leram as conversas, está tudo com eles. Tenho comprovantes de pix, pagamentos que fiz. Nunca precisei usar cartão clonado. Eu sou honesta, tenho caráter, minha inocência vai ser provada".
A delegada rebateu que tais provas tenham sido apresentadas na delegacia e disse que "esses prints e comprovantes de pagamento não existem". 
Em seus stories, Ingrid negou as acusações - Reprodução
Em seus stories, Ingrid negou as acusaçõesReprodução


De acordo com a delegada, a Polícia Civil chegou até a jovem após serem procurados pela administradora da plataforma de hospedagem, que desconfiou da reserva.

"Fomos procurados por uma plataforma de hospedagem que promove a locação virtual de imóveis. Foi feita uma reserva em um apartamento no Leblon no mesmo dia em que seria feita a hospedagem, a reserva feita no dia de ontem (segunda-feira) para ontem mesmo, e eles constataram isso como uma ação suspeita", explicou Camila.

A Polícia Civil informou que as investigações irão continuar para identificar mais suspeitos envolvidos nessa prática criminosa. A influenciadora digital pagou fiança no valor de R$1.212 e foi solta no mesmo dia de sua prisão. 
A repercussão da história rendeu à Ingrid novos seguidores, passando de 188 mil para 197 mil. "Eu não queria ter atingido essa marco assim. Cheguei a 100 mil visualizações nos meus stories e ganhei seguidores através de uma polêmica negativa e isso me machuca muito", disse a jovem.
Em suas redes sociais, a influenciadora ostenta fotos viajando por diversos estados, como Paraíba, Rio Grande do Norte, São Paulo e Rio de Janeiro. A Polícia Civil acredita que ela fazia essas viagens usando cartões clonados.