SES orientou secretarias a realizarem busca ativa por alunos não vacinadosREGINALDO PIMENTA/AGÊNCIA O DIA
Secretário descarta preocupação com BA.2 e fala em busca de alunos não vacinados
Chieppe disse não acreditar que subvariante tenha transmissibilidade ou gravidade clínica maiores. SES deve realizar campanha de conscientização para imunização de estudantes
Rio - O secretário de Estado de Saúde do Rio, Alexandre Chieppe, descartou, em entrevista ao Bom Dia Rio da TV Globo nesta segunda-feira (7), a preocupação com a subvariante da Ômicron, a BA.2. Na última sexta-feira (4), a pasta confirmou que identificou na cidade do Rio dois casos da subvariante. Segundo Chieppe, a BA.2 tem característica e comportamento semelhantes à Ômicron e, por isso, não é classificada como uma nova variante. O secretário afirmou não acreditar em capacidade de transmissibilidade ou gravidade clínica maiores.
"A gente acredita e os números mostram isso: o comportamento dela tende a ser muito semelhante a variante original, com essa característica de uma subida muito rápida e uma queda muito rápida dos casos. A gente não acredita que essas subvariantes apresentem uma capacidade de transmissibilidade maior ou uma gravidade clínica maior. Então, eu acho que não é motivo de preocupação. É um achado. Na medida em que a gente procura, a tendência é encontrar pequenas modificações nesse vírus", declarou o secretário.
Também na sexta-feira, o Mapa de Risco da Covid-19 da Secretaria de Estado de Saúde (SES), mostrou que na comparação da quarta semana epidemiológica deste ano, entre 23 a 29 de janeiro, com a segunda, de 9 a 15 de janeiro, as internações reduziram de 294 para 268, e os óbitos passaram de 106 para 204. Os indicadores apontaram que, no período de 25 de janeiro a 1º de fevereiro, a taxa de positividade para SARS-CoV-2 em testes RT-PCR foi de 64%.
Um levantamento da SES apontou que a média móvel nos atendimentos a casos de síndromes gripais nas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) do Estado tiveram queda de cerca de 60% na última semana. A análise mostra que, entre os dias 20 e 26 de janeiro, a média móvel foi de 2.509 atendimentos diários. Já entre os dias 26 de janeiro a 2 de fevereiro, a média móvel ficou em 988 atendimentos diários.
"A gente já vê uma clara redução da transmissão de covid aqui no estado do Rio de Janeiro. Na Região Metropolitana, essa queda é significativa. O que a gente vê agora é uma interiorização. Então, a gente vê a região Noroeste, região Norte, com aumento do número de casos ainda. Mas, no estado como um todo, a queda é importante e a tendência nas próximas semanas é a gente consolidar ainda mais essa queda e, daqui a algumas semanas, a gente já vai começar, certamente, a ver uma redução também no número de óbitos, mostrando que a gente está saindo dessa quarta onda de transmissão", afirmou Chieppe.
Volta às aulas
Nesta segunda-feira (7), a rede estadual de Educação voltou às aulas no modo 100% presencial para cerca de 678 mil estudantes, majoritariamente do Ensino Médio. Durante a entrevista ao BDRJ, o secretário de Saúde disse estar traçando um plano de conscientização e que as secretarias municipais de Saúde foram orientadas a realizar uma busca ativa por alunos não vacinados contra o novo coronavírus.
"A gente tem agora uma ferramenta importante que é a volta às aulas e a gente está traçando um plano de conscientização, tanto das crianças, como dos pais, em relação a importância da vacinação. Junto a isso, foi orientado às secretarias municipais de Saúde que já iniciem a busca ativa das crianças não vacinadas. Isso é fundamental para poder sensibilizar esses pais e responsáveis sobre a importância da vacinação.”
Ainda segundo Chieppe, a maior parte dos internados atualmente com a doença, são pessoas não imunizadas ou que não completaram o esquema vacinal. De acordo com a atualização das 8h18 do Vacinômetro da SES, já foram aplicadas 28.640.468 doses de vacina contra a covid-19 em maiores de 12 anos, sendo 13.313.385 primeiras doses; 370.248 doses únicas; 11.234.449 segundas doses; e 3.722.386 doses de reforço.
"O que a gente está vendo de pessoas internadas, inclusive crianças, são pessoas não vacinadas ou não adequadamente vacinadas. (...) Apesar da vacina não impedir a infecção, ela consegue, claramente, impedir na imensa maioria das pessoas, a evolução para formas mais graves. Então, é importante que os pais se sensibilizem com a importância da vacinação e, agora, a gente vai aproveitar o retorno às aulas para intensificar essa estratégia."
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