Zé Gotinha é xodó das crianças durante programa Vacina na EscolaFabio Costa/ Agência O Dia

Rio - A confiança das crianças e responsáveis nos educadores da Rede Municipal do Rio se refletiu na adesão à vacinação infantil na escola Max Fleiuss, na Pavuna, Zona Norte do Rio nesta segunda-feira. Com a presença encantadora do personagem Zé Gotinha, a unidade foi a primeira do programa Vacina na Escola a aplicar as doses nas crianças. A iniciativa vai levar, em 45 dias, profissionais de saúde para todas as unidades que têm alunos entre 5 e 11 anos, são 1307 escolas das 1543 da rede. A proposta é facilitar a vida e oferecer segurança aos responsáveis na hora de vacinar os pequenos.


O secretário Renan Ferreirinha esteve presente na Escola Municipal Max Feiuss nesta manhã e afirmou que pretende vacinar todas as crianças do público-alvo antes mesmo do período estipulado. O secretário disse que depende apenas do cumprimento do calendário de envio das doses pelo Ministério da Saúde.

"(Com o Vacina na Escola) a gente consegue fazer com que a vacinação chegue no público-alvo de uma forma muito direta. A escola é um local em que as crianças estão muito acostumadas, se sentem à vontade. Isso ajuda muito", afirmou o secretário.

"A gente tem a expectativa de aumentar muito o índice de vacinação do Rio de Janeiro. É a vacina que vai nos permitir mais segurança nas escolas, mais abraços e a garotada protegida", completou.

A diretora da unidade, Lucinda Freire, conta que a busca ativa para que os responsáveis vacinem os filhos foi feita nos momentos de chegada e saída na escola e também pelas redes sociais. Um levantamento interno indicou que 47% dos 286 matriculados na unidade já haviam se vacinado. Ao meio-dia desta segunda-feira, mais 30 alunos receberam a vacinação. Lucinda espera que a adesão aumente ainda mais no fim do turno escolar desta segunda-feira, quando serão aplicadas mais doses no horário de saída dos estudantes.

"Os pais ainda têm um pouco de insegurança por conta de informações que recebem em redes sociais, que plantam dúvidas na cabeça e no coração deles. A gente vai combatendo mentira com verdade, acolhimento, informação, para que haja essa efetividade da vacina", afirmou.

Mãe de três estudantes, Karina Alves do Vale, 30, foi uma das que estavam ressabiadas com mensagens de fake news recebidas por redes sociais. Após ser tranquilizada pela diretora da escola, ela esteve hoje (14) na unidade para vacinar a filha Myrella, de oito anos.

"Por eles serem menores eu estava com medo da reação deles. Eu esperei ver as outras crianças. Me empolguei com a vacinação na escola. Agora eu vi que está seguro mesmo", contou.

As crianças contam que a vacina fica mais atrativa no ambiente escolar, que nesta segunda-feira, contou com a presença ilustre do personagem Zé Gotinha. Os alunos puderam ser vacinados acompanhados dos pais. A diretora Lucinda Freire também deu colo para aqueles que estavam mais amedrontados. Além do certificado de coragem, distribuído aos vacinados, as crianças receberam um pirulito e um lápis.

A estudante do 3º ano Letícia Paulino conta que ficou feliz de se vacinar na escola e incentivou uma colega que estava com medo. A menina aprovou o programa. "Foi legal, não doeu nada. Não precisa ter medo, até porque a vacina não dói", estimulou.

A mãe da menina, Gisele Paulino, também gostou da iniciativa. "Fiquei sabendo quando vim buscá-la e logo em seguida postaram no Facebook e nas redes sociais da escola. Poderia ser sempre assim, com todas as vacinas. A gente pode tirar dúvida. No posto é tudo muito corrido", comentou.

Badalado, o personagem criado para as campanhas de vacinação brasileiras Zé Gotinha distribuiu abraços e posou para fotos com as crianças. A presença com a roupa quente no meio-dia de uma segunda-feira de verão na Pavuna valeu a pena diante do reconhecimento dos pequenos, contou o personagem, que também já marcou presença em shoppings e postos de saúde.

"É muito gratificante ver as crianças abraçando e sorrindo. Muito legal esse reconhecimento das crianças e também dos adultos", revelou Zé Gota, enquanto aguardava os pequenos na entrada escola.

A mãe de Arthur Machado, de 5 anos, Raissa Machado, 24, elogiou a iniciativa que facilita a tarefa de vacinar durante a rotina. "No posto ou hospital, as crianças têm medo, na escola se sentem mais acolhidas. Eu ia vaciná-lo no sábado, mas a diretora falou do programa e optei por vir na segunda", explicou.

Todas as famílias dos matriculados na rede estão recebendo desde a última quinta-feira documentos explicativos e pedidos de autorização. Caso o responsável não possa estar presente, é possível assinar um formulário para que a criança seja imunizada sem a presença dos pais. O dia em que cada unidade receberá a campanha será informado pela escola à respectiva comunidade.