Policial militar saindo da DHCleber Mendes/Agência O Dia

Rio - Após longo depoimento na Delegacia de Homicídios de Niterói e São Gonçalo (DHNSG), o policial militar Carlos Arnaud Baldez Silva Júnior, autor do tiro que matou no vendedor de balas Iago Macedo de Oliveira em frente à estação das barcas, em Niterói, foi preso. O PM vai responder por homicídio doloso, quando há a intenção de matar, com motivo fútil e agravante.
Na saída da delegacia, a viúva do ambulante, Thais Oliveira Santos disse que o filho adolescentes estava ao lado de Iago quando ele foi atingido. O jovem contou que o policial atirou a queima roupa, no peito. "Em momento nenhum ele agrediu o homem, ele [o policial] simplesmente bateu no peito dele e atirou para matar, deu um tiro no peito. A minha filha vai fazer dois anos sem o pai e minha vida está desmoronando", disse a viúva.
A Secretaria Municipal de Assistência Social e Economia Solidária de Niterói informou que está agilizando os trâmites para o sepultamento da vítima. Já a Secretaria Municipal de Direitos Humanos está prestando apoio psicológico, jurídico e assistencial à família e seguirá acompanhando as investigações.
Ainda não foi informado o local e horário do enterro do vendedor Iago Macedo.
Versão da família e amigos
Testemunhas relataram que Iago ofereceu o produto para um pedestre e o policial Carlos Arnaud se incomodou com a atitude. Os dois se envolveram em uma discussão próximo à bilheteria das barcas e o policial disparou um único tiro, que matou o vendedor.
"Pode puxar nas câmeras, ele foi abordar uma pessoa para vender bala e no momento o rapaz chamou ele de ladrão e disse que os meninos da bala abordavam as pessoas para roubar celulares. O policial que estava do lado se envolveu. Meu primo é sujeito homem, debateu com ele, e ele [o policial] meteu a mão na arma e deu um tiro só. A bala dele uma custa R$ 3 e duas é R$ 5, e a vida do meu primo pra ele custa quanto?", disse Jonathan César, primo da vítima.
Versão do policial
A Polícia Militar informou que, de acordo com informações preliminares, o policial militar de folga interviu em uma tentativa de roubo na Praça Arariboia. Na ação, ainda segundo a PM, Iago teria "investido contra sua integridade, sendo atingido por um disparo".
A 4ª Delegacia de Polícia Judiciária Militar (DPJM) foi acionada e acompanha o caso. O policial que disparou está com um homem, que seria a vítima da tentativa de roubo, prestando depoimento na Delegacia de Homicídios de Niterói, São Gonçalo e Itaboraí. A viúva de Yago compareceu à DHNSG, mas já foi embora. Os agentes vão buscar imagens de câmeras de segurança instaladas na região para esclarecer os fatos.