Professores participara de manifestações em frente à prefeitura de Nova IguaçuDivulgação

Nova Iguaçu - Professores da rede municipal de Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, entraram em greve nesta segunda-feira (11) depois de somente uma semana de aulas. As escolas estavam sem atividades há dois anos por conta da pandemia e voltaram presencialmente na semana passada, dia 7. Segundo o núcleo de Nova Iguaçu do Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação (Sepe), a falta de diálogo com o prefeito Rogério Lisboa sobre as reivindicações do grupo foi uma das motivações.
Nos últimos dias 9 e 10, já havia tido uma paralisação dos professores municipais. Inclusive, no primeiro dia, houve uma manifestação em frente à Prefeitura, o que também aconteceu hoje (14). Para amanhã (15), está marcado outro protesto, dessa vez e frente à casa do prefeito. O período da mobilização é indeterminado, mas haverá um assembleia da rede municipal nesta terça-feira para definir o calendário da paralisação.
Em sua rede social, o Sepe Nova Iguaçu reclama que não dialogam com o prefeito há mais de três anos, apesar das tentativas. Dentre as cobranças dos profissionais estão melhorias nas unidades de ensino e o reajuste salarial. Isso porque o sindicato afirma que o salário deveria ser acrescido em 28,74% com base no índice de perdas inflacionárias. Em diário oficial, o governo publicou um reajuste de 6% na semana passada que passa a valer no próximo dia 28.
Estrutura precária
Michelle Pessanha, professora da rede municipal de Nova Iguaçu há mais de vinte anos e militante de base do Sepe, contou sobre as condições de trabalho que os profissionais da educação estão sendo submetidos.
"Vivemos com salas de aulas lotadas, com alunos incluídos sem a mínima condição, sem profissionais que possam acompanhá-los em sala de aula. Nossos professores, por muitas vezes, precisam tirar do próprio salário para dar uma aula diferenciada aos alunos. Laboratórios de informática que viraram sucatas. Hoje, em sala de aula, temos apenas um quadro branco e o trabalho dos professores com sua vontade de fazer dar certo", disse.
A professora também reclamou sobre a forma como a Prefeitura tem lidado com a educação na cidade. "Há muito tempo não tem um concurso público para a classe. É uma categoria que precisa dobrar sua carga horária para ter um salário um pouco digno de sobrevivência. Há muito tempo não tem reajuste para os professores", apontou.
Outra situação que incomodou os professores foi o aumento dado aos diretores das escolas. Segundo o Sepe, o aumento chegou a 50% em alguns casos. Para parte dos educadores, isso serve como uma forma de pressioná-los para que não apoiem a greve. Além disso, consideram que essa situação demonstra a possibilidade financeira de atender o reajuste pedido.
A prefeitura informou que, apesar da paralisação, as aulas e merendas serão oferecidas no turno da manhã e da tarde para os 67 mil alunos da rede de ensino. Também afirmaram que estão abertos para diálogo e que abriram uma mesa de negociação Sindicato dos Servidores Públicos de Nova Iguaçu (Sindmuni) desde novembro. Segundo a Secretaria Municipal de Educação, o movimento teve adesão de 12% dos professores.
* Estagiário sob supervisão de Tamyres Matos