Cenário da tragédia que aconteceu em PetrópolisCarl de Souza / AFP

Rio - As aulas na rede estadual de ensino estão suspensas e um colégio foi transformado em abrigo para pessoas que perderam tudo e estão desalojadas após tragédia em Petrópolis, na Região Serrana do Rio. A Secretaria Estadual de Educação (Seeduc-RJ) informou que a rede possui 10 unidades escolares na cidade, atendendo 8.081 estudantes. 
A Seeduc-RJ também disse que a Central de Recolhimento de Doações que estava funcionando no Colégio Estadual Rui Barbosa foi transferida para a Universidade Católica de Petrópolis, Centro Poliesportivo, na Rua Lúcio Meira s/n, no bairro Bingen. Em princípio, o novo local seria o Colégio Estadual Princesa Isabel, mas devido à grande quantidade de doações que estão chegando, mudaram a unidade.
A pasta ainda informou que um dos colégios, o Ciep 137 Cecília Meireles, teve inundações em algumas partes de suas dependências.
A forte chuva que caiu na cidade deixou mais de 100 mortos e causou 66 desabamentos e cerca de 300 pontos de deslizamento, sendo o mais crítico o Morro da Oficina – parte da encosta foi abaixo durante a tarde e pelo menos 80 casas foram atingidas. 
A Polícia Civil informou que há mais de 130 desaparecimentos notificados. O Ministério Público, que criou uma força-tarefa para receber solicitações de desaparecidos, tem o cadastro de pelo menos 35 pessoas ainda não localizadas. Outras 24 foram resgatadas com vida. O município decretou Estado de Calamidade Pública e os militares seguem trabalhando. Há previsão de mais chuva para esta quinta-feira.
A região central de Petrópolis ficou completamente destruída. O temporal concentrou 259 milímetros de chuva em apenas seis horas, pouco mais do que era esperado para todo o mês de fevereiro inteiro. A maior incidência de deslizamento ocorreu nos bairros do Centro, Quitandinha, Caxambu, Alto da Serra e Castelânea.

Por conta do alto número de vítimas, o Instituto Médico Legal (IML) está usando um caminhão frigorífico para transportar e armazenar os corpos. Diversos familiares se concentram próximos ao local para a identificação das vítimas.