Casas e sonhos foram soterrados pelo temporal de seis horasAFP

Rio - Diversos moradores têm denunciado a falta de apoio das autoridades na busca por sobrevivendo e corpos em Petrópolis, na Região Serrana do Rio. Segundo relatos, as próprias famílias das vítimas que estão fazendo buscas pelas áreas que estão com acessos bloqueados pela lama e entulho. No entanto, uma avaliação do Governador Claudio Castro diz que as equipes deslocadas para o local estão dando conta. Ao todo, 840 agentes de segurança e da Defesa Civil estão no município. São 200 policiais civis, 210 policiais militares e 430 bombeiros militares mobilizados na cidade.
"Não tem ninguém aqui para ajudar. Não tem ninguém, não tem Bombeiro, não tem ninguém da Defesa Civil aqui. A gente está aqui sozinho tentando achar a Graziele, o Leo, Enzo e a Beth. Se alguém puder ajudar de alguma forma, a gente está desesperado tentando achar eles", relatou uma moradora em um ponto alto do Morro da Oficina, região mais atingida pela catástrofe.
Em outro relato, um morador do bairro Caxambu, comentou que até o fim da tarde desta quinta-feira a situação seguia complicada, mas que o socorro estava chegando devagar: "A ajuda está chegando aos poucos, mas a situação está bem complicada. Estamos ilhados ainda, não passa carro, não passa moto, não passa ônibus. Seguimos tentando abrir espaço para a ajuda chegar", explicou Gabriel Minervino da Luz.
Mortos e desaparecidos
O local foi um dos atingidos pelas fortes chuvas que provocaram deslizamentos pela cidade de Petrópolis, na última terça-feira. Até o momento, a tragédia na Região Serrana do Rio, já causou a morte de mais de 115 pessoas. Desse total, 110 corpos já estão no Instituto Médico Legal (IML), sendo pelo menos 65 são de mulheres, 36 de homens e 13 são menores.
A forte chuva que caiu na cidade causou 66 desabamentos e cerca de 300 pontos de deslizamento, sendo o mais crítico o Morro da Oficina, no bairro Alto da Serra – parte da encosta foi abaixo e pelo menos 80 casas foram atingidas.