O pastor Rafael Scotelaro realiza ação de acolhimento às famílias no IML de PetrópolisMarco Antonio Pereira
Membros de igreja prestam solidariedade às famílias de vítimas das chuvas em Petrópolis
Eles vão ao IML e funerárias levar uma mensagem de esperança e entregar uma flor amarela, que simboliza a amizade
Rio - O temporal em Petrópolis, na Região Serrana do Rio, deixou centenas de mortos, desaparecidos, e inúmeras famílias desalojadas, mas despertaram uma rede de solidariedade. Membros da Igreja Batista, que fazem parte do projeto Cristolândia, vão ao encontro de parentes que buscam informações no IML da cidade para abraçar e passar uma mensagem de esperança. Eles ainda entregam para as pessoas uma flor amarela, que simboliza a amizade.
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O pastor da igreja, Rafael Scotelaro, de 40 anos, contou que a equipe está desde quinta-feira fazendo esse trabalho de acolhimento no local. Segundo ele, a ação tem o intuito de levar uma palavra de carinho e dar uma abraço naqueles que choram a perda dos seus familiares.
"No IML estamos trazendo um suco, um lanche e uma flor amarela que simboliza a amizade para que as pessoas não percam a esperança, que Jesus é o nosso verdadeiro amigo e que realmente vai abençoar as famílias que aqui estão. Nosso desejo de vir pra cá é para dar um abraço, olhar nos olhos, dizer que elas não estão sozinhas. A gente chegou aqui no início da manhã e encontramos muitas pessoas com o olhar perdido, isoladas e talvez algumas que já perderam até as esperanças", lamentou o pastor.
Até o momento, mais de 170 pessoas morreram em decorrência das chuvas e deslizamentos na cidade imperial. Outras 110 seguem desaparecidas.
"Nosso desejo é que os corpos que estão desaparecidos possam ser encontrados, que seus familiares consigam enterrá-los com dignidade. Nós viemos aqui no IML dar um abraço e dizer que não estão sozinhos. Também temos passado nas funerárias para levar esse carinho", disse Rafael Scotelaro, que também ajuda alguns desabrigados com cestas básicas.
Coleta de DNA
A Polícia Civil começou, nesta segunda-feira, um mutirão de coleta de DNA de familiares de desaparecidos e afetados pela tragédia. De acordo com a corporação, a cada dia serão chamadas 20 parentes — filhos, pais, tios, sobrinhos e avós — que já registraram ocorrência de desaparecimento na Delegacia de Descoberta de Paradeiro (DDPA).
A coleta de DNA será feita no Clube Petropolitano, localizado na Avenida Roberto Silveira, n° 82, no Centro, das 9h às 12h e das 13h às 17h, estritamente para as pessoas convocadas para o dia agendado. O local é estratégico para dar mais conforto às famílias das vítimas.
Este agendamento pode ser feito por qualquer morador na unidade da DDPA instalada na Sala Lilás, no PRPTC de Petrópolis, e também no núcleo da DDPA instalado dentro do Clube Petropolitano. Após a confecção da registro, a DDPA entrará em contato com a família cadastrada.
Para facilitar a locomoção até o Clube Petropolitano, a Polícia Civil disponibilizará um ônibus, que terá como ponto de partida um mercado localizado na Rua Teresa, no Centro da cidade, saindo às 8h30 e às 12h30, diariamente. Cada família que coletar DNA receberá uma cesta básica, por meio de uma parceria com a Secretaria de Estado de Esporte e Lazer.
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