Operação mira quadrilha de furto de petróleo da Petrobras; grupo se denominava 'Ratobras'
Ministério Público do Rio (MPRJ) e Polícia Civil cumprem dez mandados de prisão contra suspeitos de perfurar dutos da Transpetro para retirar o combustível. Eles tinham até 'escolta' própria
Operação Ratoeira, comandada pela Polícia Civil e Ministério Público, procura membros de quadrilha de roubo de combustíveis. Na foto, um dos acusados - REGINALDO PIMENTA/AGÊNCIA O DIA
Operação Ratoeira, comandada pela Polícia Civil e Ministério Público, procura membros de quadrilha de roubo de combustíveis. Na foto, um dos acusadosREGINALDO PIMENTA/AGÊNCIA O DIA
Rio - A Polícia Civil e o Ministério Público do Rio (MPRJ), através do Gaeco (Grupo de Atuação Especializada no Combate ao Crime Organizado), realizaram na manhã desta quarta-feira (23) a Operação Ratoeira, contra uma quadrilha especializada em furto de petróleo. As investigações apontam que eles perfuravam dutos da Petrobras para retirar o produto e revendê-lo a empresas. Dez mandados de prisão foram expedidos, além de outros 26 de busca e apreensão. Seis pessoas foram presas. A operação aconteceu no Rio, Pernambuco, Minas Gerais e Espírito Santo.
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Polícia Civil e MPRJ prenderam Milton Carlos Félix nesta quarta (23), em Magé. Segundo investigações, ele faz parte de uma quadrilha que furtava petróleo de dutos da Petrobras. Em app de mensagem, grupo se denominava 'Ratobras'.
Segundo a denúncia, desde 2017 o grupo é especializado na perfuração de dutos da Transpetro, com o objetivo de tirar o combustível e transportá-lo para os estados do Espírito Santo e de Minas Gerais, onde há a receptação.
"Esse tipo de crime gera vários problemas. Um deles é o ambiental. Em 2019, uma criança morreu em uma tentativa de roubo de combustível em Duque de Caxias. Há também o crime contra o consumidor, já que esse petróleo é refinado em condições precárias. E é uma modalidade que produz riqueza porque movimenta muito dinheiro", explicou o promotor do Ministério Público do Rio Bruno Gangoni, coordenador do Gaeco/MPRJ.
"Essa quadrilha furava os dutos aqui do Rio e levava a substância para o Espírito Santo, para realizar as outras fases da cadeia distributiva, como a revenda para empresas. Então, só pela complexidade do crime a gente observa que era um grupo especializado", completou o coordenador.
As investigações começaram quando dois homens foram presos em flagrante conduzindo petróleo subtraído de dutos da Petrobras. Eles tiveram os celulares apreendidos, e no aparelho, policias descobriram que os membros da quadrilha se comunicavam em um aplicativo de mensagem, e batizaram o grupo de 'Ratobras'. Na foto do grupo, um rato segurava um fuzil.
Os suspeitos se dividiam em categorias diferentes de atuação; Robson Teixeira Alves Gusmão e Magnojai Rizzari Recla, o Magno, lideravam a organização e eram os receptadores do óleo subtraído, recebendo o produto no Espírito Santo e repassando às empresas em que eram sócios. Robson e Magnojai eram os financiadores do esquema, inclusive com a contratação de 'batedores', veículos que iam à frente dos caminhões com o combustível furtado, com o objetivo de alertar para possíveis blitzes e fiscalizações.
Milton Carlos Félix de Souza, o Félix, e Rogério Peixoto Gomes, o RRio ou Peixoto, escolhiam e preparavam os locais onde ocorria o furto do combustível. Milton foi preso em casa, no bairro Santo Aleixo, em Magé. Mauro Pereira Gabry, Dionathan Rodrigues Lima, João Luiz Gomes Diogo e Daniel Jose Campagnaro forneciam os caminhões que transportavam o produto. Adriano Marcio Gomes, o Mixaria, e Franz Dias Costa, o Francis, eram os motoristas. Adriano foi preso em Pernambuco e Franz foi preso no Rio, um dia depois de sair da prisão pelo mesmo crime.
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