Trem da SuperViaHenrique Freire/SuperVia

Rio - A Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) instaurou, nesta quinta-feira, a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Trens. Aprovada pelos parlamentares, a comissão irá apurar as interrupções e atrasos nos serviços de trens, além da superlotação, da acessibilidade e do valor da tarifa. A deputada estadual Lucinha (PSDB) foi eleita presidente da CPI, ao lado de Eliomar Coelho (Psol), como vice-presidente, e de Waldeck Carneiro (PT), como relator. 
"A população que é transportada pela Supervia é uma massa trabalhadora gigantesca que depende do trem. Vivemos um momento caótico em relação à Supervia. A todo momento vemos os problemas enfrentados pela população", afirmou Lucinha. 

A deputada criticou o serviço oferecido aos usuários e o aumento de tarifa aprovado pela Agência Reguladora de Serviços Públicos Concedidos de Transportes (Agetransp), que subiu de R$ 5 para R$ 7. "É sardinha em lata e a todo momento. E a Supervia tenta se esquivar da responsabilidade. A CPI tem que ir a fundo para apurar tudo porque isso não pode cair no colo da população. Ninguém teve 40% de aumento salarial. Eles querem jogar para o bolso do trabalhador", pontuou.

Relator da CPI, o deputado Waldeck Carneiro disse acreditar que o transporte ferroviário é o maior desafio da Região Metropolitana. “Estamos falando do modal mais popular do Estado do Rio, que enfrenta há muito tempo um quadro praticamente de colapso”, afirmou.

Os deputados Dionísio Lins(PP), Martha Rocha (PDT), Enfermeira Rejane (PCdoB), Luiz Paulo (Cidadania) também compõem a CPI dos Trens. As sessões vão começar na segunda-feira, sete de março, a partir das 10h30. A CPI tem até três meses para a elaboração do relatório final, prorrogável por mais três meses.
Tentativa de suspensão de reajuste
O deputado estadual Dionísio Lins (Progressista), presidente da Comissão de Transportes da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), e a Defensoria Pública encaminharam um ofício ao secretário estadual de Transportes, André Nahaas, nesta quinta-feira, cobrando um encontro imediato para discutir o reajuste proposto pela Supervia. As passagens dos trens estavam previstas para serem aumentadas para R$ 7 no início de fevereiro, mas o Governo do Estado barrou reajuste. A ideia da comissão da Alerj é suspender de vez o reajuste.

"É um absurdo e uma crueldade qualquer tipo de aumento das passagens, não só dos trens da SuperVia, como dos demais modais do transporte público. Nada justifica o aumento, não há melhoria nem na infraestrutura, segurança dentre outros, fora a falta de manutenção e superlotação. Encaminhamos ofício ao Secretário Estadual de Transportes requisitando um encontro imediato onde possamos discutir a suspensão desse aumento", disse Dionísio.
Aumento na tarifa
Em janeiro, a SuperVia anunciou que a tarifa passaria de R$ 5 para R$ 7, de acordo com a deliberação da Agetransp. Ainda no final de dezembro, o Estado do Rio já estava em negociação para reduzir esse valor. Sendo assim, o governo estadual enviou um ofício à concessionária para que o aumento homologado pela Agetransp seja adiado até o final da negociação.
Em dezembro de 2020, o valor passaria de R$ 5 para R$ 5,90, valor que deveria ser cobrado até novembro de 2021. Por causa da pandemia, o reajuste preciso ser adiado para junho, quando a Agetransp, atendendo um pedido do Governo do Rio, suspendeu a decisão e manteve a tarifa por R$ 5.