Greve do BRT: Mobi-Rio vai demitir oito motoristas por justa causa
Prefeito do Rio, Eduardo Paes, pediu também a entrada da Polícia Federal para investigar indícios de locaute. Greve de funcionários do BRT começou na sexta-feira (25)
Ônibus do BRT estacionados no Terminal Alvorada. Greve chegou ao segundo dia - FABIO COSTA/AGÊNCIA O DIA
Ônibus do BRT estacionados no Terminal Alvorada. Greve chegou ao segundo diaFABIO COSTA/AGÊNCIA O DIA
Rio - A Mobi-Rio, empresa pública que passou a gerir o BRT, anunciou neste sábado (26) que irá demitir por justa causa oito motoristas que estão "liderando o movimento" da greve que começou na sexta-feira (25). Pelas redes sociais, o prefeito do Rio, Eduardo Paes (PSD), disse ter solicitado ao Ministério da Justiça a entrada da Polícia Federal no caso, por indícios de locaute. A greve no BRT já dura mais de 24 horas, e funcionários pedem benefícios como reajuste salarial e férias.
Em nota, a Mobi-Rio afirmou que "os responsáveis serão notificados ainda neste sábado sobre suas demissões por justa causa, em razão da ilegalidade do movimento e do não comparecimento ao trabalho". A prefeitura disse aidna que "os motoristas que participam da greve foram indenizados com recursos públicos e recentemente contratados pela Mobi-Rio. Os trabalhadores estão com seus salários em dia".
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Via Twitter, Paes afirmou ter conversado diretamente com o ministro da Justiça, Anderson Torres, por conta de "indícios de crime federal de locaute", e pediu investigações da Polícia Federal. O locaute acontece quando uma entidade patronal impede seus trabalhadores de cumprirem as atividades. A prática, tratada como crime federal no Brasil, é utilizada em negociações entre empregador e funcionários, ou empresa e poder público.
Terminando agora reunião com a direção da MobiRio que cuida do BRT. Infelizmente, vamos ter que começar a fazer as primeiras demissões por justa causa em razão da ilegalidade da paralisação e do não comparecimento ao trabalho.1/4
No caso da greve do BRT, o Sindicato dos Rodoviários do Rio alega que motoristas reivindicam que seja realizado um novo contrato que garanta todos os direitos dos funcionários, como férias, 40% do FGTS em caso de demissão, auxílio desemprego e reajuste salarial, além da recontratação de 50 funcionários que estavam afastados por licença médica e já poderiam retornar.
Também pelo Twitter, Paes defendeu que "todos os trabalhadores que estão paralisados receberam as verbas indenizatórias a que tinham direito com recursos públicos, foram recentemente contratados pela MobiRio, estão com seu salários em dia e a paralisação já foi considerada ilegal pelo Justiça do Trabalho".
A Secretaria Municipal de Transportes também deve alugar ônibus convencionais para substituir os ônibus do BRT caso a paralisação continue. "Estamos travando uma batalha para mudar de vez a realidade do transporte carioca. Não recuaremos nessa missão", concluiu o prefeito.
Sindicato pediu aos funcionários o retorno imediato
O Tribunal Regional do do Trabalho (TRT) da 1ª Região determinou, na tarde de sexta-feira (25), o funcionamento de pelo menos 80% da frota do BRT, sob risco de multa diária de R$ 100 mil. A greve começou ainda na madrugada de sexta.
O Sindicato dos Rodoviários afirmou ao DIA que a posição da entidade é que "liminar é para ser cumprida e não discutida". A direção e o presidente do sindicato, Sebastião José, entraram em contato com os motoristas do BRT pedindo que eles retornem ao trabalho, para que seja cumprida a determinação do TRT de colocar 80% da frota rodando. A cada dia de descumprimento, o sindicato será multado em R$ 100 mil.
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