Horas após o crime, mancha de sangue chamou atenção de moradores que passavam pelo localMarcos Porto / Agência O Dia

Rio - O clima é de insegurança entre os moradores da Tijuca, na Zona Norte, após um homem morrer esfaqueado na Rua Conde de Bonfim, próximo da Rua Alzira Brandão, nesta sexta-feira. De acordo com Jaime Miranda, presidente do Conselho Comunitário de Segurança da Grande Tijuca, o problema do bairro é a falta de policiais atuando na região durante a noite e a madrugada. 
Nesta quinta-feira, dois criminosos foram mortos após uma tentativa de assalto na Rua Mariz e Barros, na Tijuca. Durante a tarde, três homens armados entraram em uma joalheria no Shopping Tijuca e fugiram levando objetos da loja. 
"Infelizmente essa violência não se restringe só a Tijuca, ela alcança a cidade do Rio de Janeiro toda. A sensação de insegurança é pior do que a falta de segurança. A Tijuca há muito tempo é estigmatizada como um bairro violento por conta das comunidades dominadas pelo tráfico. Houve uma melhora muito grande com as UPPs, mas com a redução do efetivo, a situação piorou. Aliás, na minha opinião, o grande problema é exatamente a falta de policiais", lamentou.
Jaime disse que o ideal é inibir as ações dos criminosos com ações preventivas, como acontece com o projeto Bairro Seguro, que tem a proposta de funcionar a noite e de madrugada. "Sabemos das limitações, de todas as ordens, da PM para implementar o que é necessário, mas sem um aumento de efetivo, melhor remuneração, treinamentos constantes, fica difícil mudar o panorama atual".
Raphael Albuquerque, de 35 anos, administrador de empresas, relatou o sentimento de insegurança que está vivendo.
"A gente que acompanha os números sabe que o roubo a pedestre na Tijuca, apesar de alto, não é pior que o de carros. Mas o que aumentou muito foi a sensação de insegurança. Isso vem junto com os assaltos noticiados e sabemos que nem todos são notificados às autoridades, então sabemos que o número real é ainda maior", disse o morador da Rua Rego Lopes.
De acordo com Raphael, os crimes são reflexos de como o bairro está desorganizado e não tem o policiamento necessário.
"Quem é do bairro e anda diariamente vê nas ruas também, principalmente na Praça Saens Peña, o aumento absurdo de ambulantes nas calçadas, o que atrapalha os pedestres e a acessibilidade. Nesse momento de crise que enfrentamos sabemos a necessidade de trabalhar pelo sustento, mas é preciso criar áreas específicas e um mínimo controle desse mercado informal. É fato que precisamos de mais policiamento ostensivo e de inteligência para que voltemos a ter uma rotina mais segura para a população do bairro", ressaltou Raphael.
Três crimes em menos de 24 horas
Um homem morreu após ser esfaqueado na Rua Conde de Bonfim durante esta madrugada. O Corpo de Bombeiros foi acionado para ocorrência e disse que a vítima não tinha documentos, celular ou qualquer coisa que pudesse ajudar a identificá-lo. Ainda não há informações sobre a dinâmica do crime.
De acordo com a Polícia Militar, agentes do 6ºBPM (Tijuca) receberam um chamado para verificar o crime e disse que no local indicado, encontraram uma pessoa apresentando ferimento provocado por arma branca. A morte foi constatada pelos bombeiros.
Segundo informações preliminares, o homem teria reagido a um assalto e foi esfaqueado no pescoço.
A Polícia Civil informou que a Delegacia de Homicídios da Capital (DHC) foi acionada e a perícia foi realizada no local. Diligências estão em andamento para identificar a vítima e o autor do crime. As câmeras de segurança dos estabelecimentos comerciais e prédios residenciais da região serão analisadas pelos agentes.
No dia anterior, dois criminosos foram mortos após uma tentativa de assalto na Tijuca. Informações iniciais apontam que um taxista estava sendo sendo alvo de um roubo. De acordo com a Polícia Militar, equipes do Batalhão de Polícia de Choque (BPChq) realizavam policiamento na região, quando se depararam com um roubo em andamento.
Os policiais realizaram um cerco e, ao tentar abordar os criminosos, foram atacados e houve confronto. Ao fim do tiroteio, os agentes socorreram dois suspeitos, que não tiveram a identidade revelada, ao Hospital Municipal Souza Aguiar, mas a dupla não resistiu. Com eles, foi apreendida uma pistola.
Durante a tarde, três homens armados entraram em uma joalheria no Shopping Tijuca e fugiram levando objetos da loja. As lojas fecharam as portas logo após o clima tenso dentro do centro comercial e tiros causaram pânico entre clientes e funcionários. Ninguém ficou ferido.