Rio - Foi celebrado, no fim da tarde desta terça-feira (15), uma missa em homenagem às vítimas da tragédia em Petrópolis com a presença do governador Cláudio Castro, no Palácio Guanabara. Conduzida pelo bispo diocesano do município serrano, Dom Gregório Paixão e pelo capelão do Corpo de Bombeiros do Estado do Rio de Janeiro (CBMRJ) tenente-coronel Wagner Toledo. A cerimônia que contou com presença de cerca de mil convidados relembrou a data que marca um mês desde a tragédia que deixou 233 mortos, quatro desaparecidos e 685 desabrigados.
Na ocasião, bombeiros do Rio de Janeiro e de outros estados que deram apoio à operação em Petrópolis receberam a Medalha Mérito Avante Bombeiro. Cerca de 500 bombeiros de quartéis fluminenses e outros 155 de outros estados atuaram diariamente nas buscas por vítimas do temporal em 100 pontos simultaneamente. Uma equipe com 50 bombeiros ainda faz buscas no Morro da Oficina e em rios da região por quatro pessoas desaparecidas.
Durante a missa, marcada por 'toque de silêncio', emoção e solidariedade pelos mortos na catástrofe foi lida uma nota de pesar do comando-geral do Corpo de Bombeiros, após execução do Hino Soldado do Fogo. O toque de silêncio foi replicado por todos os quartéis do estado ao mesmo tempo, em sinal de condolência às vítimas e seus familiares.
"Temos que ressaltar sempre o trabalho desses profissionais que não medem esforços pelo próximo. O trabalho do Corpo de Bombeiros é essencial para a nossa sociedade, e eu agradeço a todos aqueles que saíram de seus estados, deixaram suas famílias, para se juntar a essa ação tão importante", ressaltou o governador Cláudio Castro um pouco antes da missa.
O secretário de Estado de Defesa Civil e comandante-geral do CBMERJ, coronel Leandro Monteiro, agradeceu aos oficias do CBMRJ, dizendo que Cada um de nossos militares foi corajoso, abnegado e encarou o desafio rumo ao compromisso de salvar vidas. As buscas em Petrópolis seguem acontecendo porque as famílias ainda precisam ser consoladas. Não paramos em nenhum momento - ressaltou o secretário", ressaltou.
Alex Sandro Condé, 42 anos, morador de Petrópolis, representou as vítimas em uma homenagem em nome de todas. Alex perdeu três entes queridos: o filho Kaíque, de 18 anos, o irmão Ivan, de 34, e o amigo de infância Thiago, de 35. De doutrina evangélica, ele ficou conhecido por levar palavras de conforto, compaixão e assistência às demais vítimas mesmo após passar por sua grande perda.
O senador e ex-jogador de futebol Romário também esteve presente no Palácio Guanabara. "Como Presidente da Comissão da Tragédia de Petrópolis e, principalmente, cidadão do Rio de Janeiro, não vou medir esforços para ajudar no que for necessário". Romário foi eleito na segunda-feira (14) como presidente da Comissão Temporária Externa de Petrópolis, que terá prazo de 30 dias para apresentar relatório apontando eventuais causas para ter ocorrido o desastre e propor políticas públicas para evitar esse tipo de tragédia.
Maior desastre natural de Petrópolis
Desde 1932, quando o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) começou a fazer medições, este foi o maior desastre natural já ocorrido na cidade. Eram esperados 250 milímetros de chuvas para todo o mês de fevereiro, mas em três horas, o acumulado chegou a 258,6 mm e, em 24 horas, o número subiu para 259,8 milímetros.
Atualmente, as buscas são feitas por cerca de 60 militares do Corpo de Bombeiros nas áreas do Morro da Oficina, que foi um dos locais mais atingidos na cidade, e dos rios Piabanha, Palatinato e Quitandinha, onde há suspeitas de que estejam três dos desaparecidos.
Desde a tragédia, já ocorreram 24 resgates de pessoas e 300 de animais que foram retirados dos escombros com vida. Para encontrar as vítimas soterradas, os agentes utilizam drones, cães farejadores e escavadeiras para conseguir chegar em locais de mais difícil acesso.
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