Na Praça da Águia, em frente à Câmara dos Vereadores do município, os sobreviventes do temporal distribuíram cruzes que representam cada vítima e estenderam uma faixa pelos desaparecidos com a frase "não esqueceremos".
No fim da tarde, o grupo Ato por Petrópolis, que organizou a homenagem, soltou uma fumaça branca pelas vítimas. Eles ficaram em silêncio por 233 segundos em respeito aos que morreram em decorrência da chuva. "Em nome das 233 vidas perdidas e dos 4 que continuam desaparecidos. Não vamos deixar que esqueçam o que passamos e ainda estamos passando em Petrópolis", afirmou o coletivo em um post.
A Secretaria de Educação de Petrópolis também fez um ato em memória das vítimas do temporal. Nos jardins da sede da pasta, os servidores fizeram um minuto de silêncio para lembrar dos 233 mortos e dos quatro desaparecidos que restam até o momento.
Na faixada do prédio que abriga a Secretaria de Educação, uma faixa foi instalada em homenagem às vítimas com os dizeres "Seguimos... mas sem jamais esquecer". "Esse não é um ato político é um momento humanitário e de solidariedade. Entre as vítimas temos alunos e profissionais da rede e esse é um momento de elevar o pensamento e sentimentos a eles", destacou a secretária de Educação, Adriana De Paula.
Na parte da noite, a Prefeitura de Petrópolis fez uma projeção com os nomes das vítimas no Obelisco, ponto turístico do município muito atingido pelas chuvas. "Nosso dia hoje foi de lembranças a todos que perderam a vida nessa tragédia, que perderam suas casas, que perderam seus bens. Nos solidarizamos com todas as famílias afetadas nesse momento de tristeza e de luto", disse o prefeito Rubens Bomtempo (PSB).
Atualmente, as buscas são feitas por cerca de 60 militares do Corpo de Bombeiros nas áreas do Morro da Oficina, um dos locais mais atingidos na cidade, e dos rios Piabanha, Palatinato e Quitandinha, onde há suspeitas de que estejam três dos desaparecidos.
Desde a tragédia, já ocorreram 24 resgates de pessoas e 300 de animais que foram retirados dos escombros com vida. Para encontrar as vítimas soterradas, os agentes utilizam drones, cães farejadores e escavadeiras para conseguir chegar em locais de mais difícil acesso.
Antônio Carlos, Heitor Carlos e Pedro Henrique Braga eram passageiros dos dois ônibus que acabaram sendo levados pela enxurrada. Vídeos que circulam pela internet mostram que muitos conseguiram deixar o coletivo, mas acabaram sendo carregados pela força da água. Pedro Henrique voltava da escola com a mãe quando a forte chuva caiu na cidade, eles tentavam se salvar, junto com outros passageiros, quando o coletivo foi arrastado.
Heitor Carlos e Antônio Carlos estavam voltando para casa no momento da tragédia e, apesar das buscas do bombeiros, com auxílio dos familiares, ainda não foram encontrados. Há suspeitas de que estejam soterrados no rio.
Entre os desaparecidos, Lucas Ruffino é o único que estava no Morro da Oficina e pode estar no meio dos escombros que ainda restam no local.
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