Ensaios técnicos acontecem neste final de semana na Marquês de Sapucaí reprodução de vídeo / Rio Carnaval

Rio - A Marquês de Sapucaí recebeu, na noite deste domingo, o Paraíso do Tuiuti, a Unidos de Vila Isabel e a Estação Primeira de Mangueira no segundo fim de semana de ensaios técnicos. Após pedido do público, a Liga Independente das Escolas de Samba (Liesa) decidiu que os desfiles das escolas do Grupo Especial seriam antecipados em uma hora, começando às 20h. 
O novo horário de início dos ensaios técnicos do Grupo Especial ajuda o público a voltar para casa. Por conta do grande evento, aos domingos, o MetrôRio estendeu até a meia-noite a operação nas estações Central do Brasil e Praça Onze, na Região Central da cidade. As outras estações fecham no horário normal, às 23h. Após esse horário, ficam disponíveis apenas para o desembarque de passageiros. 
Primeira escola a desfilar, o Paraíso do Tuiuti levou um samba-enredo com histórias de "luta, sabedoria e resistência negra", como a agremiação de São Cristóvão define. Desenvolvido pelo carnavalesco Paulo Barros, a escola apresenta o samba-enredo "Ka ríba tí ÿe - Que nossos caminhos se abram". O samba foi escrito pelos músicos Cláudio Russo, Moacyr Luz, Júlio Alves, Alessandro Falcão e W. Correia Filho.
"A saudação do Tuiuti simboliza o respeito às nossas origens e aos ensinamentos dos orixás. Um canto de amor aos homens e mulheres pretas, que são exemplos de luta, sabedoria e resistência. Que o passado ilumine o futuro, que nossos caminhos se abram!", pede a agremiação.  
Em seguida, a Unidos de Vila Isabel prestou uma homenagem ao sambista Martinho da Vila, com o samba-enredo "Canta, Canta, minha gente! A Vila é de Martinho!". Assinado pelo carnavalesco Edson Pereira, o desfile retrata a vida e o legado criado pelo presidente de honra da Vila. O samba é composto por Evandro Bocão, André Diniz, Dudu Nobre, Professor Wladimir, Wanderson Pinguim, Marcelo Valença, Leno Dias e Mauro Speranza. 
"Com os Pretos Forros, na inteligência do dia a dia na Boca do Mato, Martinho fez samba no morro desde cedo, mesmo com a dor da dura vida que seus olhos testemunhavam. Percebeu que ser um só não bastaria para enfrentar a desigualdade. Cantarolava amores, amigos, a família e, múltiplo, virou Sargento Martinho, sem nunca vacilar na felicidade. Negro que segurou no peito as responsabilidades para gritar, partideiro, a revolta contra brancas maldades", analisa a Vila Isabel. 
Já a Estação Primeira de Mangueira invadiu a Sapucaí com uma homenagem a Cartola, Jamelão e Mestre Delegado, ícones da Verde e Rosa. Assinado pelo carnavalesco Leandro Vieira, o samba-enredo da agremiação é uma partilha com o público da herança deixada pelos três bambas. "Agenor, José & Laurindo" é composta por Moacyr Luz, Bruno Souza, Leandro Almeida e Pedro. 
"Engana-se quem pensa que os habitantes do Morro de Mangueira morrem sem ter o que deixar como herança, assim como estão enganados aqueles que pensam que, os que lá nascem, estão desprovidos de bens. Quando fizeram a partilha da herança deixada por ANGENOR, JOSÉ & LAURINDO, saibam todos que nenhum morador daquele morro ficou de fora. Eles herdaram um bem preciso e precioso. Lá, nascem ricos daquilo que o dinheiro não compra, e nós, quando privados da arte que brota a granel nos corpos da favela, ficamos mais pobres", explica a Verde e Rosa.
Para prestigiar os desfiles na Sapucaí, é preciso comprovar a vacinação contra a Covid-19 em dia. 
Desfile da Série Ouro
Na noite deste sábado, as escolas Unidos da Ponte, Acadêmicos do Cubango e Império da Tijuca fizeram o ensaio técnico na Sapucaí. Com início às 19h, o público vibrou com o gostinho de Carnaval após dois anos sem o tradicional desfile. 
Primeira do dia, a Unidos da Ponte fez uma homenagem à Irmã Dulce, a santa brasileira. A comissão de frente da agremiação de São João de Meriti foi um grande destaque da apresentação. Comandado por Valci Pelé, o grupo realizou uma coreografia com duração de dois minutos em cada módulo de julgamento.
Já o Acadêmicos do Cubango traz a história de Chica Xavier, em um samba-enredo que prestigia a negritude. Além da comissão de frente, o entrosamento do primeiro casal de porta bandeira, Diego Falcão e Aline Flores, chamou a atenção do público

Para fechar a noite de sábado, o público pode prestigiar o desfile do Império da Tijuca. A agremiação do Morro da Formiga é uma homenagem à negritude e a arte negra. Fora do Grupo Especial desde 2015, a escola teve, no pré-caranval, o samba apontado como um dos grandes do ano.