Camelôs pediram melhores condições de trabalhoArquivo Pessoal
Camelôs pedem por melhores condições de trabalho e são atacados com gás de pimenta pela PM no Centro
Manifestantes alegam que o ato começou de forma pacífica, mas que agentes tentaram impedi-los de usar um carro de som
Rio - Dezenas de camelôs que estiveram presentes na tarde desta quinta-feira (24) na Candelária, no Centro do Rio, pedindo por melhores condições de trabalho, disseram ao DIA que foram atacados com gás de pimenta e bombas de efeito moral pela Polícia Militar. Segundo a coordenadora geral do Movimento Unido dos Camelôs (Muca), Maria de Lourdes, conhecida como Maria dos Camelôs, o protesto começou de forma pacífica e terminou em confusão depois que agentes do 5º BPM (Praça da Harmonia) tentaram impedir que um carro de som fosse usado pelos manifestantes.
"A polícia estava querendo impedir a gente de continuar com o ato. Quando chegamos na Nilo Peçanha, esquina com a Rio Branco, a PM jogou bomba, spray de pimenta e bala de borracha. Foi uma repressão muito grande", contou Maria.
Durante o desabafo, a coordenadora do Muca afirmou que organizou a manifestação para pedir a inclusão dos camelôs no projeto Reviver Centro, além de o direito de conseguir trabalhar livremente.
"A gente queria deixar bem claro que nós não somos contra esse projeto. Queremos ser inclusos nele. Também queremos autorização para termos nossos depósitos para guardar mercadorias. A gente quer que a prefeitura faça a chamada dos camelôs cadastrados desde 2009. Queremos a retirada dos camelôs da Secretaria de Ordem Pública (Seop). Trabalhador não pode ser fiscalizado por secretaria de repressão. Precisamos ser enxergados como trabalhadores".
Por fim, Maria contou que depois da confusão conseguiu se reunir com o vereador Chico Alencar (PSOL), com o presidente da Câmara dos Vereadores, Carlo Caiado (DEM) e o líder do governo, Átila Nunes (DEM), para uma possível negociação.
"Ficou acordado que nós sentaremos numa mesa, talvez na semana que vem, para ver o que pode ser feito. Nós precisamos continuar trabalhando na rua, é um direito nosso. O desemprego está muito grande".
Procurada pela reportagem para comentar sobre os ataques feitos hoje, a PM disse que acompanhava a manifestação, "quando houve tumulto e os manifestantes jogaram pedras nos policiais". Citou ainda que "precisou utilizar dos meios necessários" para dispersar as pessoas.
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