A viúva Alessandra Moraes e o irmão da vítima Leandro Rezende no enterro do farmacêutico Carlos AlexandreFabio Costa / Agência O Dia

Rio - Familiares e amigos de Carlos Alexandre Rezende, de 40 anos, se despediram, sob forte comoção, do farmacêutico na tarde deste domingo (27). O sepultamento da vítima de latrocínio na Tijuca, na Zona Norte do Rio, aconteceu no Cemitério da Ordem Terceira da Penitência, no Caju, Zona Portuária do Rio.
A esposa Alessandra Moraes, de 42 anos, que mora em São Paulo, os irmãos e a mãe da vítima, moradores da Ilha do Governador, estiveram presentes e lembraram do legado que o farmacêutico deixou. "Que alguma coisa seja feita. Nós estamos sofrendo o que outras famílias podem sofrer. É surreal, é desumano, mas que o Carlos possa não ser uma estatística, mas sim um movimento que possa recuperar o Brasil, não somente o Rio de Janeiro, mas São Paulo também", disse a viúva, que também pediu mais iniciativas políticas para conter a violência.
Assim como ela, a mãe de Carlos, Elizabeth da Silva Rezende, também pediu por justiça. "A única coisa que eu quero é justiça, só isso. Uma mãe enterrar um filho é muito dolorido, ele foi um filho de ouro. Carlos era uma pessoa feliz, alegre, tudo de bom".
O irmão de Carlos, Leandro Rezende, também falou da perda. "Meu irmão estava no melhor momento da vida dele, tanto pessoal quanto profissional. Ele tinha uma trajetória de vida brilhante, hoje tinham pessoas de diversas fases da vida dele no enterro", diz.
Carlos morava em São Paulo há pelo menos quatro anos e havia se mudado após aceitar uma proposta de trabalho. Foi lá que ele conheceu Alessandra e estava com ela desde então. O casal tinha planos de construir uma família e tinham viagens planejadas. Mesmo construindo uma vida longe dos parentes e amigos, Leandro diz que o irmão sempre que podia voltava ao Rio. "Toda vez que vinha para o Rio ele aproveitava a oportunidade desde que chegava até a hora de ir embora. Ele sabia a falta que fazia, ele vinha e se reconectava com a cidade. 
A família também disse que não teve acesso a muitas informações da investigação sobre o crime. "Só nos passaram a localização do carro mesmo. Hoje eu volto para São Paulo, minha vida continua lá e a deles [familiares] continua aqui", disse Alessandra.
Andamento das investigações
A Delegacia de Homicídios da Capital (DHC) investiga o caso e busca imagens que possam ajudar na identificação dos criminosos envolvidos no roubo. Inicialmente, a DH cogita a participação de três bandidos na ação. Um dos maiores desafios das investigações está sendo resgatar imagens de câmeras de segurança. De acordo com a Polícia Civil, há uma câmera na Rua Francisco Xavier que pode ter filmado a movimentação dos criminosos, mas até o momento as imagens não foram divulgadas.
Há ainda as imagens de câmeras de segurança de um ônibus da linha 623 (Saens Pena x Penha), onde criminosos estariam viajando antes de praticarem o assalto. De acordo com a Rio Ônibus, que administra este transporte na cidade do Rio, não há imagens a serem disponibilizadas até o momento. Questionada se as câmeras estariam funcionando, a assessoria não respondeu.