O vereador Gabriel MonteiroReprodução/Redes sociais

Rio - Após o Conselho de Ética da Câmara dos Vereadores adiar por sete dias a decisão sobre as denúncias contra o vereador Gabriel Monteiro (sem partido), políticos da oposição se manifestaram contra o parecer. A bancada do Partido dos Trabalhadores (PT), composta pelos vereadores Lindbergh Farias, Reimont e Tainá de Paula, apresentou um ofício pedindo a abertura de um processo ético disciplinar contra o vereador.

Lindbergh Farias, durante seu discurso, reforçou ser contra o adiamento, visto que as acusações contra o vereador são "gravíssimas" e a não instauração de um processo, dá a entender que a Câmara não deseja que o vereador seja investigado e que "estão querendo jogar a coisa para debaixo do tapete".

"Vereador Gabriel Monteiro, ninguém está falando em condenação antecipada, nós fomos vítimas disso, nós queremos que o senhor tenha direito de defesa. Agora, acho que o senhor, que se diz inocente, era o primeiro a querer a instauração desse processo para se defender. O senhor não diz que é inocente? Então apresente as provas", disse.
O vereador Chico Alencar (Psol), que faz parte do conselho, publicou em suas redes sociais que propôs a abertura da representação de maneira imediata, porém, por 5 a 2, os parlamentares decidiram por "não decidir nada".

Entre os nove componentes do conselho, somente Chico e Teresa Bergher (Cidadania), votaram a favor da abertura da representação.


Vídeos íntimos viram caso de polícia

O deputado estadual Giovani Ratinho (Pros) registrou uma queixa na Delegacia da Criança e do Adolescente Vítima (DCAV), no Centro do Rio, após receber em seu gabinete, de forma anônima, seis vídeos de Gabriel Monteiro durante relações sexuais com outras pessoas. Ratinho alega que, em pelo menos três dos vídeos, as mulheres em cena demonstram não quererem ser gravadas, além de parecerem ser menores de idade.

A Polícia Civil abriu um inquérito para apurar o vazamento de um dos vídeos em que Gabriel aparece tendo relações com uma adolescente de 15 anos. Tanto o parlamentar quanto a jovem, junto de sua família, comparecem à 42ª DP (Recreio), na segunda-feira (28), para registrar o ocorrido.

Durante depoimento, a menina afirmou que a relação teria sido consensual, fato que foi confirmado pela mãe, e também contou que a sua relação com o vereador já existe há, pelo menos, dez meses e seria de conhecimento da família. Porém, a jovem assumiu ter mentido a idade para Gabriel, dizendo ter 18 anos.

Quanto a gravação, a jovem também contou que autorizou a filmagem das relações somente uma vez, mas não se lembra do conteúdo gravado por fazer bastante tempo desde a gravação das imagens. De acordo com ela, Monteiro teria ligado para a jovem informando sobre o vazamento e pedindo para que não fizesse declarações sem a presença do advogado dele.

O político, por sua vez, disse que não tinha conhecimento da idade verdadeira da adolescente com quem se envolveu. Gabriel Monteiro ainda disse à polícia que as imagens estavam em seu celular, ao qual somente seus ex-assessores Matheus Souza e Heitor Monteiro, tinham acesso.

Os dois nomes citados pelo parlamentar são os mesmos que o acusam de assédio moral. As denúncias apontam que Gabriel obrigava os ex-funcionários a lhe acariciarem contra a própria vontade e a realizar trabalhos que não competiam a função dos mesmos.