Kathlen Romeu morreu após ser atingida por um tiro durante uma operação policial no Complexo do LinsReprodução / Instagram

Rio - A Justiça do Rio de Janeiro adiou para o dia 16 de maio às 13h15 a primeira audiência que pretendia tratar da acusação de fraude processual de policiais militares envolvidos na morte da jovem Kathlen Romeu. A audiência aconteceria hoje, mas, segundo o tribunal, o sorteio para o Conselho de Sentença foi feito considerando que todos os réus eram soldados ou sargentos da PM, quando na verdade um deles é capitão.
Como o conselho precisa ser formado por policiais com patentes superiores às dos réus, o tribunal fará um novo sorteio. 
Na última sexta-feira (8), quando a morte da jovem completou dez meses, amigos e familiares de Kathlen protestaram em frente ao prédio do Ministério Público do Rio, na Avenida Marechal Câmara, no Centro, pedindo por justiça. 
"O Estado matou Kethlen e seu bebê, mas não quer assumir. (...) Repudiamos veemente a fala do promotor de que a Kethlen 'era muito bonita, mas infelizmente acontece'. Que a vida não era justa. Continuou dizendo para eu 'não viver na busca por justiça porque a Patrícia Amieiro foi assassinada há dez anos e, até hoje, não houve justiça'. Ele parecia que estava mais preocupado em proteger os policiais do que a mim. Eu acho que a função dele é de estar ao meu lado", disse a mãe da jovem, Jacklline, lendo a carta escrita em conjunto com a Federação de Favelas do Estado do Rio.
Durante a manifestação, os presentes também pintaram a calçada com um líquido vermelho semelhante a sangue, representando a morte da jovem. Kathlen foi baleada, em junho de 2021, durante uma operação policial no Complexo do Lins. Pouco antes de morrer, ela anunciou nas redes sociais que estava grávida de 13 semanas.