Da esquerda para dieita: o ex-PM Marcos Siqueira Costa; sua esposa Andrea Santos; o filho biológico de Flordelis, Adriano dos Santos Rodrigues e filho afetivo Carlos Ubiraci Francisco da SilvaFábio Costa/Agência O Dia

Rio -  Começou às 11h10 desta terça-feira (12) o júri de quatro réus pelo homicídio do pastor Anderson do Carmo em junho de 2019. São julgados o filho biológico de Flordelis, Adriano dos Santos Rodrigues, o filho afetivo Carlos Ubiraci Francisco da Silva, o ex-PM Marcos Siqueira Costa e sua esposa Andrea Santos Maia.

Durante o início do julgamento, Adriano mantém a cabeça baixa. O filho afetivo André Luiz de Oliveira também seria julgado nesta terça-feira, mas seu advogado passou mal e seu julgamento foi adiado.

A primeira a prestar depoimento como testemunha de acusação é a delegada Bárbara Lomba, que conduziu o início do inquérito quando era titular da Delegacia de Homicídios de Niterói, São Gonçalo e Itaboraí.


O ex-policial militar, que estava preso com os filhos afetivo Lucas Cézar dos Santos de Souza e biológico Flávio dos Santos Rodrigues no presídio Bandeira Stampa, no Complexo de Gericinó, em Bangu, Zona Oeste do Rio, é acusado de junto com a esposa, Andrea, fornecer o modelo para que Lucas redigisse uma carta em que assumia a culpa pelo crime. Lucas Cézar, posteriormente, admitiu que foi induzido a escrever o texto. Ele e Flávio foram condenados pelo tribunal do júri em novembro do ano passado.

Na época da carta, Presídio Bandeira Stampa, no Complexo de Gericinó, em Bangu, na Zona Oeste do Rio, onde encontrava-se preso. No mesmo local, estavam Lucas, detidos o irmão dele, Flávio, e o marido de Andrea, condenado a 480 anos de prisão por uma chacina ocorrida em março de 2005 na Baixada Fluminense.
Os réus André Luiz de Oliveira e Carlos Ubiraci Francisco da Silva são citados por Barbara Lomba como do "primeiro núcleo" da família adotiva de Flordelis. Eles se referiam a Anderson e Flordelis como pai e mãe para a comunidade da igreja, mas investigações mostraram que na intimidade, se relacionavam como amigos e mantinham relações afetivas. "No decorrer da investigação, percebemos que eles se consideravam amigos. Eles eram pai e mãe na igreja e externamente", afirmou a delegada. "Flávio relatou que havia relações sexuais e afetivas entre todos eles. Isso foi relevante para mostrar que não havia reverência a Anderson e Flordelis como mãe e pai", afirmou Lomba. Carlos teve o julgamento adiado pois seu advogado passou mal nesta terça-feira.

Flodelis era evangélica e acolhia crianças e adolescentes no Jacarezinho. Anderson era de uma família na comunidade, de outra igreja. Ele namorava com a Simone, filha biológica da pastora, quando os dois tinham 13 anos. Flordelis, além de começar a se relacionar com Anderson no trabalho de evangelização de crianças e jovens, começou uma relação afetiva com o adolescente quando o rapaz tinha 16 anos. Outros adolescentes começaram a frequentar a casa de Flordelis na época. Além de Anderson, frequentavam a casa da pastora Carlos, André e Mizael. Considerados como "primeiro núcleo" da família, eles eram adolescentes de 16 anos, enquanto Flordelis tinha cerca de 30 anos, afirmou a delegada Barbara Lomba.
André Luiz chegou a ser casado com a irmã afetiva Simone dos Santos, filha biológica de Flordelis. Os dois tiveram três filhos biológicos e dois adotivos.