Waldeck Carneiro e Dani Monteiro são os autores do projetoDivulgação

Rio - A Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) aprovou, nesta terça-feira (12), o projeto de lei que dispõe sobre o direito das mulheres surdas vítimas de violência a atendimento especializado com profissional competente na linguagem brasileira de sinais (Libras) nos órgãos estaduais da administração pública direta ou indireta. A autoria é dos deputados estaduais Dani Monteiro (PSol) e Waldeck Carneiro (PSB)
"Essas mulheres já sofrem dramaticamente pela violência em si mesma. Mais ainda quando não conseguem expressar as circunstâncias, a dor e o processo de violência a que estiveram submetidas pela falta de comunicação na língua falada, como é o caso das mulheres surdas. Elas passam por constrangimentos enormes em seus depoimentos nas esferas públicas, notadamente nas delegacias de polícia. Muitas vezes sofrem um processo de culpabilização pela violência que a atingiu e todo este quadro se complica. Garantir que elas sejam atendidas em ambiente reservado e acolhedor por profissionais proeficentes em Libras é o mínimo que o Estado pode fazer para dar um atendimento adequado e afetuoso a essas mulheres implicadas em processos de violência", afirmou Waldeck.
Com o projeto, nos órgãos que atuem especificamente no acolhimento, encaminhamento, denúncia e monitoramento das mulheres vítimas de violência, será disponibilizada profissional, preferencialmente do sexo feminino, proficiente ou intérprete em Libras, capacitada para este tipo de atendimento.
O projeto segue para sanção ou veto governamental.
Surdo foi preso sem defesa, segundo família
Leonardo Bezerra, um jovem surdo e mudo, foi espancado, no último dia 28, por moradores de Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense. Ele teria sido agredido porque suspeitaram que ele tinha tentado roubar um telefone celular de uma mulher.
De acordo com os familiares, Leonardo foi levado para a delegacia, onde teve a prisão confirmada sem que pudesse se defender. No auto de prisão em flagrante, o delegado disse que interrogou o suspeito e que ele “manifestou o direito constitucional de manter-se em silêncio”.
A família do jovem disse que ele não sabe ler ou escrever e que não consegue fazer leitura labial. A mãe do jovem acredita que ele é inocente e que não teve o direito de se defender.