Rio - A defesa da deputada federal cassada Flordelis, que vai a júri popular no próximo dia 9 de maio, vai tentar transferir o julgamento dela de Niterói para a capital. "Entendemos que a juíza é parcial na condução do plenário", explicou o advogado Anderson Rollemberg, que defende Flordelis. Depois de quase 24 horas de júri, que terminou na manhã desta terça-feira (13), mais quatro acusados de envolvimento na morte do pastor Anderson do Carmo foram condenados pelo crime.
A juíza Nearis dos Santos de Carvalho Arce, titular da 3ª Vara Criminal de Niterói, esteve à frente do julgamento. Foram ouvidas 12 testemunhas, nove de acusação e três de defesa. Outras quatro testemunhas foram dispensadas. Depois, os quatro réus foram interrogados e, em seguida, acusação e defesa fizeram suas sustentações.
De acordo com a defesa da ex-deputada, será interposto um pedido de desaforamento para a capital, na segunda-feira (18). Conforme Rollemberg, o pedido será baseado no que ele considera a demonstração de parcialidade na condução das oitivas das testemunhas.
"Todo juiz tem que ser imparcial na condução da sessão de julgamento, e pelo julgamento de ontem/hoje, percebemos que a juíza conduz o julgamento sempre dificultando o exercício pleno dos advogados de defesa", justificou o advogado.
Procurado pelo DIA, o Tribunal de Justiça do Rio informou que, por enquanto, não há nenhum pedido sobre o desaforamento no processo. O julgamento de Flordelis está marcado para o próximo dia 9, às 9h, no plenário do Tribunal do Júri de Niterói. Além dela, na mesma ocasião, serão julgados três filhos e uma neta da ex-deputada.
Todos os quatro réus foram condenados por associação criminosa armada, mas a maioria poderá cumprir pena no regime semiaberto. O filho biológico de Flordelis Adriano dos Santos, um ex-pm e sua mulher também foram condenados por uso de documento ideologicamente falso, por conta de uma carta forjada na cadeia em que Lucas Cézar assume a culpa pelo homicídio e atribui ao irmão afetivo Misael o mando do crime. O documento foi considerado falso durante as investigações. O ex-policial militar Marcos Siqueira estava preso no Presídio Bandeira Stampa, em Bangu, com Flávio dos Santos, filho biológico de Flordelis, e Lucas Cézar, ambos condenados em novembro do ano passado, o primeiro por ser o executor e o segundo pela compra da arma.
Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor.