Bastante debilitada, dona Eci recorre à sua fé. 'Ela pede a ajuda de Deus o dia inteiro', contou o filhoArquivo Pessoal

Rio - A Páscoa para dona Eci Coutinho Bello, de 72 anos, que foi arrastada durante um assalto na Pavuna, e seus familiares não foi a mesma este ano. No primeiro fim de semana após sair do hospital, a senhora que passa pelo renascimento, assim como é o significado da Páscoa, vive mais um período desafiador. Com muitas dores pelo corpo, dona Eci não teve o tradicional almoço familiar com bacalhau, mas recebeu o carinho da família, que faz planos de renovação.

Ao lado do filho Alex Coutinho, de 48, da nora e dos netos, a senhora precisou almoçar deitada na cama. Mas, antes disso, assistiu com a família, pela televisão, ao culto da Igreja Batista da Pavuna, da qual é membro. Na tarde deste domingo, ela receberá a visita do pastor da igreja.

"Eu moro a quatro casas da minha mãe. Então, ela costuma almoçar na minha casa. Minha esposa prepara o bacalhau, mas esse ano não teve clima. Só hoje me lembrei do bacalhau. Ela também não pode sentar à mesa. Tem comido deitada na cama", contou Coutinho.

Bastante debilitada, com ferimentos em um dos braços porque o outro foi quebrado, pernas e costas machucados. Dona Eci recorre à sua fé. "Ela pede a ajuda de Deus o dia inteiro. Para tomar banho, temos que tirar a gaze dos ferimentos, o que dói muito", disse o filho de Eci informando que a família pretende se mudar da Pavuna.

A senhora viveu momentos de desespero ao ser arrastada por criminosos durante um assalto na Pavuna, na Zona Norte do Rio. Dona Eci não conseguiu se soltar do cinto de segurança do carro e, mesmo assim, os bandidos arrancaram com o veículo. A senhora foi arrastada por quase 400 metros. Ela ficou seis dias internada no hospital e teve alta na última sexta-feira. Os dois suspeitos pelo crime foram presos.

Apesar de todo o sofrimento, dona Eci não guarda mágoa e mostra como sentimentos de amor e o renascimento, comemorados na Páscoa, são importantes.

"Minha mãe é uma mulher evangélica que segue a palavra de Deus. A Justiça foi feita. Agora, não dá para guardar rancor no coração. É bola para frente", resume Coutinho.  
Em entrevista ao Dia, dona Eci disse não desejaria a ninguém que passasse pela mesma situação que passou:
"De repente, Deus desabotoou o cinto de um jeito do carro que eu saí leve, numa leveza tremenda. Fiquei assim, até tomei um susto. Isso foi coisa de Deus, foi um livramento que ele me deu", afirmou a idosa ao RJ1, que ainda disse "Eu pediria para [os criminosos] procurarem Deus. Sinceramente, não desejo nada disso a ninguém".