Endereço em Nova Friburgo, na Região Serrana do Rio, alvo da operação contra a milícia da Muzema, na Zona OesteReprodução de vídeo

Rio - A Polícia Civil, por meio do Departamento-Geral de Combate à Corrupção, ao Crime Organizado e à Lavagem de Dinheiro (DGCOR-LD), deflagrou a operação Caixa de Areia 2 nesta quinta-feira. Os agentes cumpriram 14 mandados de busca e apreensão contra integrantes da milícia e empresas que atuam na exploração ilegal de imóveis na região da Muzema, Zona Oeste do Rio. As investigações apontam que a quadrilha já movimentou cerca de R$ 100 milhões, entre 2019 e 2020.
A operação aconteceu em diferentes bairros da capital, como Barra da Tijuca, Jacarepaguá, Itanhangá, Copacabana, Tijuca, Penha, Freguesia; e no município de Nova Friburgo, na Região Serrana. As investigações apontam que as empresas alvos da operação são utilizadas por supostos empresários do ramo imobiliário para lavagem de dinheiro do esquema criminoso. Também foi constatado, ao longo da investigação, que os suspeitos movimentaram recursos incompatíveis com a capacidade financeira declarada, com a quantidade milionária em contas bancárias.
De acordo com a corporação, os alvos já foram denunciados em razão da exploração de imóveis nesta região, após os desabamentos de dois prédios na comunidade, em abril de 2019, que deixou 24 pessoas mortas, além de diversas outras feridas. 
Documentos relativos à imóveis da Muzema, aparelhos eletrônicos, telefones celulares e relógios de luxo foram apreendidos, tendo em vista a investigação do uso de pessoas interpostas, os chamados "laranjas", e empresas de fachada, tais como imobiliárias, construtoras, lojas de material de construção, açougues, entre outras.
"Esse material vai permitir que a gente avance muito na análise para poder concluir essa investigação, não só com a prisão dos suspeitos, mas também a recuperação do capital obtido com a atividade criminosa. É uma atividade muito rentável, porque eles usam determinadas regiões que não possuem autorização para construção e gera um recurso muito grande. A gente percebeu que há imóveis de luxo, empresas com uma movimentação financeira muito acima da capacidade declarada. Tudo isso faz parte da análise financeira que a gente vem fazendo nessa investigação", disse o delegado Leonardo Borges, responsável pelo caso, ao RJTV1, da TV Globo.
Na primeira fase da operação, em maio do ano passado, policiais cumpriram oito mandados de busca e apreensão. Na época, foram apreendidos mais de 40 celulares e dois carros de luxo, avaliados em quase R$ 500 mil. Além do bloqueio judicial de mais de R$ 10 milhões de contas bancárias dos envolvidos.
A ação fez parte do Cidade Integrada e conta com apoio do Departamento-Geral de Polícia Especializada (DGPE).