Ricardo Teixeira da Cruz, conhecido como BatmanReprodução/TV Globo

 Rio - O miliciano Ricardo Teixeira Cruz, conhecido como Batman, foi condenado a 16 anos de prisão, em regime fechado, após julgamento realizado nesta quinta-feira (28) no 4º Tribunal do Júri da Capital. Batman é acusado de ordenar a morte de Ilton do Nascimento, em 2007. De acordo com a denúncia do Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ), Nascimento teria se negado a ceder a linha de transporte alternativo que operava em Santa Cruz, na Zona Oeste, para o grupo miliciano conhecido como “Liga da Justiça”.
Conforme informações levantadas pelo MP-RJ, Nascimento foi executado a mando de Batman e de Luciano Guinâncio Guimarães, outro líder da organização criminosa. O crime ocorreu em 11 de abril de 2007, em Santa Cruz. Nascimento foi morto a tiros por bandidos não identificados. As investigações apontaram que Batman e Luciano, condenado anteriormente a 17 anos de prisão pelo crime, ordenaram aos executores a morte da vítima. O júri do miliciano foi adiado diversas vezes a pedido da defesa.
De acordo com as investigações, a morte de Nascimento serviria de exemplo intimidativo, para demonstrar o poder exercido pelo grupo criminoso.
“O homicídio, duplamente qualificado, foi cometido de maneira torpe e de modo a impossibilitar a defesa da vítima, que foi atingida pelos disparos de armas de fogo enquanto dirigia, em ação com características de emboscada, além de ter sido atingida por projéteis de alta energia, inclusive na região da cabeça, demonstrando o grau de profissionalismo dos executores”, explicou o MP-RJ.
Relembre o caso
Batman é ex-policial militar e estaria envolvido com a milícia conhecida como “Liga da Justiça”. Ele é apontado como um dos membros mais influentes nas regiões de atuação do grupo, na Zona Oeste do Rio. Batman esteve à frente organização criminosa até 2008 quando foi preso. A “Liga da Justiça” foi criada entre os anos de 1995 e 1996 e tem como símbolo um morcego de asas abertas, em uma alusão a um de seus fundadores, o Batman.
O grupo miliciano começou dando segurança a comerciantes do bairro de Cosmos, na Zona Oeste da capital fluminense. Depois, estendeu sua área de atuação para Campo Grande, Inhoaíba e Santíssimo, na mesma região, onde passou a controlar a venda de gás, sinal de TV a cabo e oferecia também segurança aos moradores que tinham na frente da casa o símbolo do morcego, sinal de que estavam protegidos pela milícia.