Programa Cidade Integrada no Jacarezinho tem gerado prejuízo a criminosos e benefícios a moradores, inclusive de bairros próximos, de acordo com a PMReginaldo Pimenta

De acordo com a Polícia Militar, manifestações de hostilidades contra as forças de segurança na comunidade do Jacarezinho têm uma explicação objetiva: desde o início das ações de retomada de território para a implantação do programa do governo estadual Cidade Integrada, em 19 de janeiro deste ano, o núcleo do crime organizado local sofreu um impacto de R$ 61 milhões. O prejuízo milionário à facção criminosa é resultado das apreensões de armas e principalmente de drogas nesses últimos três meses e do bloqueio de contas bancárias utilizadas para lavar dinheiro ilícito em atividades econômicas de fachada.
A constatação do prejuízo financeiro imposto à facção criminosa que ocupa as comunidades do Complexo do Jacarezinho há 40 anos faz parte de um minucioso levantamento desenvolvido pela Subsecretaria de Inteligência (SSI) da Secretaria de Estado de Polícia Militar do Rio de Janeiro.
Além de contabilizar as ações desenvolvidas pelas forças de segurança, entre 19 de janeiro a 27 de abril deste ano, o trabalho da SSI identifica os líderes criminosos que atuam à distância, influenciando jovens envolvidos com atividades ilícitas nas comunidades locais, e demonstra, com números, que muitos criminosos presos durante o ano passado, ganharam liberdade e voltaram a atuar sob a égide da cúpula da facção.
"As informações contidas no trabalho da Subsecretaria de Inteligência demonstram o grau de complexidade enfrentado nossos policiais militares mobilizados para atuar diariamente nas comunidades do Complexo do Jacarezinho, enfrentando criminosos, mas garantindo com firmeza o direito de ir e vir dos cidadãos", disse o secretário de Estado de Polícia Militar, coronel Luiz Henrique Marinho Pires.
Prejuízo à facção
De 19 de janeiro a 27 de abril, somente os policiais militares que atuam nas comunidades do Complexo do Jacarezinho apreenderam mais de 1,3 tonelada de drogas (maconha, cocaína e crack), além 6,4 mil litros de loló e 109 comprimidos de ecstasy. Nesse mesmo período, foram efetuadas 127 prisões e 16 apreensões de armas de fogo.
Esse montante de apreensões produziu um prejuízo à facção criminosa de R$ 21,2 milhões. O prejuízo foi acrescido pelo bloqueio de R$ 40 milhões em contas bancárias sob controle dos líderes da facção. O bloqueio foi resultado de uma complexa e bem sucedida investigação da Secretaria de Estado de Polícia Civil. Antes do bloqueio, a cúpula da facção criminosa, mesmo a distância, coordenava atividades comerciais.