A estudante de direito Ingrid Munk, de 25 anos, conta que se prepara para fazer exame da OABArquivo pessoal
Estudante relata caso de abuso sexual sofrido na Marquês de Sapucaí: 'Sonho se transformou em pesadelo'
Ingrid Munk, 25, foi abordada na madrugada do último domingo (4) durante o Desfile das Campeãs. Polícia Civil busca responsável
Rio - "Um sonho que se transformou em pesadelo". Essa foi a frase dita pela estudante de direito Ingrid Munk, de 25 anos, que revela ter sido abusada sexualmente por um homem na Marques de Sapucaí, na madrugada do último domingo (1º), durante o Desfile das Campeãs. Segundo ela, que acompanhava o fim do desfile da Grande Rio, o agressor a teria puxado para um corredor pouco movimentado, que fica embaixo das estruturas da arquibancada, e começou a forçar relações sexuais. A Polícia Civil investiga o crime e o retrato falado do suspeito já foi feito pela vítima. O caso foi revelado pelo portal 'Uol'.
"Ele me imprensou contra as grades do corredor. Sempre usando força. Passou a mão nas minhas partes íntimas. Querendo me beijar à força e se preparava para continuar. Ele só parou porque eu comecei a gritar. Gritei tanto que algumas pessoas ouviram e quando elas começaram a se aproximar, por medo, ele me soltou", lembrou Ingrid em entrevista ao DIA.
Ela registrou o crime na Delegacia de Atendimento à Mulher (Deam) do Centro e fez exame de corpo de delito no Instituto Médico Legal, nesta terça-feira (3). "Estou com hematomas na perna. Ele apertou minhas partes íntimas com muita força. Estou com o corpo toda dolorida desde domingo", revelou.
A estudante diz que teria descido do camarote onde estava com um conhecido para ver a bateria da Grande Rio, por volta das 4h da manhã. O ataque do abusador aconteceu quando ela voltava para o camarote, após a ala de percussionistas sair do ponto. "Ele devia estar me seguindo. Acho que foi isso, porque ele aproveitou o momento exato em que fiquei mais distante para me puxar. Na hora ele chegou falando algo, mas nem conversamos e ele já me levou para esse ponto escuro", afirmou.
Segundo ela, o caso ainda está bem vivo na sua memória e tem sido difícil dormir desde que tudo aconteceu. "Eu fico repassando o momento na minha cabeça. Estou realmente assustada. Estou com medo. Não consigo me imaginar entrando em lugares com muita gente de novo", revelou.
Nesta quarta-feira (4), Ingrid disse que foi até a Deam para fazer o retrato falado do homem que cometeu o abuso. "Eu gravei as características dele e confio muito que a polícia vai conseguir prender. Tenho certeza de que ele não tentou isso só comigo, então acho que mais pessoas devem denunciar. Estou muito confiante de que vai haver justiça", comentou a jovem.
"A minha esperança é que a polícia vai encontrar ele. Não é possível que um lugar como esse, no Rio de Janeiro, não tenha câmeras para identificar uma atrocidade dessa num evento tão importante. Eu tenho muita fé em Deus de que vamos identificar ele e impedir que ele siga fazendo isso com outras mulheres", disse.
Ingrid disse ainda que espera que sua atitude dê força para outras mulheres denunciarem casos como o dela. Ela acrescenta ainda que, mesmo com o trauma, pretende voltar à Sapucaí em 2023. "Apesar disso, eu vou de novo, justamente porque eu acredito que mulher tem que estar onde quer, como quer, beber o que quer e usar a roupa que quer. Eu acho um absurdo que no século 21, em pleno Rio de Janeiro, a gente estar sujeito a isso. Eu quero encorajar as mulheres a exporem também casos como o meu", finalizou.
Em nota, a Polícia Civil disse apenas que um inquérito foi instaurado para apurar o fato, mas que a investigação está sob sigilo.
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