A engenheira Patrícia Amieiro desapareceu em 2008, na Barra da TijucaArquivo Pessoal

Rio - O julgamento do caso da engenheira Patrícia Amieiro, que desapareceu em junho de 2008 depois de ter seu carro atingido por tiros de policiais, foi adiado a pedido da defesa dos envolvidos na morte. A desembargadora Elizabeth Alves de Aguiar, da 8ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, decidiu pelo o adiamento da sessão que aconteceria na tarde desta quinta-feira (5).

Segundo a família da engenheira, o motivo do adiamento foi um problema dentário do advogado de defesa dos PMs. Nesta quinta, seria avaliado um recurso feito pelos advogados de acusação. Para eles, o caso deveria ser submetido novamente a júri popular, depois do surgimento de uma nova testemunha de acusação.

Após o adiamento, Adryano Amieiro, irmão de Patrícia, disse que a defesa tem feito de tudo para que o caso caia no esquecimento, cansando assim a família da engenheira e a imprensa. Ele pede por mais agilidade da Justiça.

“Já são mais de 14 anos que estamos em busca de justiça. Hoje, seria um dia importante que iria ser marcado uma data de um novo júri popular, porém, mais uma vez nestes 14 anos, sempre a defesa entra com um recurso adiando e a nossa família morrendo aos poucos. Meu pai já faleceu ano passado e devido a lentidão da justiça acelerou muito os problemas de saúde dele. A nossa família exige justiça. Minha mãe não aguenta mais esse sofrimento, pedimos , pelo amor de Deus, que não prorrogue mais. Exigimos justiça o mais rápido possível”, desabafou o irmão de Patrícia.

A mãe da engenheira, Tania Amieiro de Franco, também lamentou o adiamento do julgamento. Segundo ela, o pedido da defesa não a surpreendeu: “Infelizmente tem sido assim e quem sofre somos nós da família. Mas, vamos levantar a cabeça e seguir em frente. A justiça ainda será feita”.

O caso foi reaberto em setembro de 2020 com o surgimento de uma nova testemunha. O primeiro júri ocorreu em 2019, quando dois policiais militares foram condenados a três anos de prisão e 60 dias e multa por fraude processual. Outros dois policiais foram absolvidos.

Relembre o caso
Em junho de 2008, quando tinha 24 anos, Patrícia Amieiro foi vista com vida pela última vez quando voltava de uma festa na Zona Sul do Rio para a Barra da Tijuca, na Zona Oeste. Ela teve o seu carro atingido por tiros de policiais militares.

De acordo com as investigações, quatro policiais militares se envolveram com o crime. O corpo da engenheira nunca foi encontrado. Na avaliação do Ministério Público, Para o Ministério Público, o corpo da engenheira foi retirado do carro e jogado no canal pelos policiais para tentar impedir a descoberta do crime.