Escola pública foi palco de ataque de aluno contra colegasMarcos Porto/Agência O Dia
O ataque do aluno do 8º ano, na manhã de sexta-feira, dia 6, deixou três colegas feridos, que já receberam alta. Segundo a mãe do jovem, de 14 anos, ele passa por tratamento psicológicos. A Polícia Civil segue investigando o caso, e trata a ação como ato infracional análogo a homicídio tentado.
Sou professor do município do Rio de Janeiro, estava atendendo responsáveis e alunos da Escola Municipal Brigadeiro Eduardo Gomes, na Ilha do Governador, nesta última sexta-feira. Em instantes, uma aluna chegou abraçada por colegas, chorando e com manchas de sangue no uniforme: "Me ajuda, tio!". Vou escutar por muitos dias aquele apelo, ver aquele sangue nas minhas mãos, estendidas para o amparo. Água não apaga.
O restante do ocorrido está noticiado. Mas como estava lá, onde estou todos os dias, trago uma narrativa complementar. Vi crianças em pânico, adultos em desespero, mas também vi, neste meio, alunos ajudando a acolher outros colegas; funcionários se dividindo em vários, buscando acalmar os pais (era dia de reunião) e conduzir as crianças; professores protegendo seus alunos, inclusive pondo em risco a própria integridade.
A escola é um recorte do mundo, mas está dentro dele. É local de confrontos, conflitos mas, acima de tudo, conforto, e atenção individualizada a cada aluno e responsável. Sabemos hoje, mais do que há dois anos, a falta que o convívio e rotina escolares representam: da sociabilidade à segurança alimentar.
Infelizmente, o trágico é fluído como a água. Mas a escola pública e os servidores públicos de todas as áreas estarão sempre ali, sendo o que de melhor podemos ser.
Bruno Silva de Souza, professor de História ".
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