Estação da Leopoldina, na Praça da Bandeira, está fechada há 20 anosGoogle Street View
SuperVia anuncia obras de restauração na Estação Leopoldina
A gare, área de embarque da estação, e o pátio vão passar por revitalização
Rio - A SuperVia e o Ministério Público Federal no Rio de Janeiro assinaram, nesta quinta-feira (05), um acordo que prevê a restauração das áreas da Estação Ferroviária Barão de Mauá/Leopoldina que estão sob responsabilidade da concessionária, conforme o Contrato de Concessão: a gare (área de embarque da estação) e o pátio com quatro plataformas por onde circulavam os trens. As obras começam após a aprovação do projeto já apresentado pela SuperVia ao Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).
A previsão de término da restauração é de 12 meses a partir do início das obras, que serão realizadas por empresa especializada contratada pela SuperVia.
O acordo também prevê a instalação, no prazo de até um ano após a conclusão da reforma, de um centro cultural na estação, com espaço para exposições, apresentações de música, dança, teatro e salas de aula. Para a execução do centro cultural, será feito um investimento mínimo de R$ 500 mil.
"A estação Leopoldina faz parte de um dos melhores capítulos da história do Rio de Janeiro e do país. Esperamos que o nosso projeto ajude a resgatar a memória desse período em que o país depositou grande expectativa no seu futuro com o início do processo de industrialização", lembra Antonio Carlos Sanches, diretor-presidente da SuperVia.
De acordo com o projeto sob análise do Iphan, os pisos e revestimentos centenários das plataformas serão recuperados. Já as estruturas em concreto armado, compreendendo os pisos, pilares e laje de cobertura, passarão por reparos e serão impermeabilizados. A SuperVia instalará uma nova rede de iluminação na gare e nas plataformas e as instalações de águas pluviais contarão agora com um novo sistema de tratamento.
Já na gare, o piso, as fachadas internas e as esquadrias vão passar por uma ampla revitalização. As telhas e o forro interno da cobertura da estação serão substituídos e a estrutura recuperada. Já os dois banheiros públicos existentes se tornarão novamente operacionais a partir de sua adequação.
Tanto a gare quanto as plataformas receberão nova iluminação e instalações elétricas. O sistema de águas pluviais será recuperado com a instalação de uma moderna infraestrutura para alimentação de água e esgoto dos banheiros. Também será instalado um sistema de proteção de descargas atmosféricas e adequação das instalações de combate a incêndio.
A estação
A estação Barão de Mauá foi projetada pelo arquiteto inglês Robert Prentice e inaugurada em 1926. Na gare, além do ir e vir de passageiros, havia serviços como cafeteria, barbeiro, engraxate, charutaria e agência bancária. Nas plataformas, partiam e chegavam trens de várias localidades, tanto do estado do Rio de Janeiro, como Vila Inhomirim, Guapimirim, Petrópolis, Friburgo e Campos, quanto fora do estado, como Vitória e Zona da Mata de Minas. A estação também era origem e destino do famoso Trem de Prata, que fazia o trajeto Rio – São Paulo entre os anos 1994 e 1998. A SuperVia, concessionária do transporte ferroviário desde 1998, deixou de operar a circulação de trens na estação Barão de Mauá há 21 anos.
Em 2017, o Tribunal Regional Federal da 2ª Região publicou acórdão que define as responsabilidades sobre o prédio da estação: o Estado (através da Central Logística) e a União são proprietários do imóvel. Ainda segundo a decisão, a SuperVia é responsável, conforme o contrato de concessão, pela gare (área de embarque da estação) e pelo pátio com quatro plataformas de embarque. A destinação do prédio ainda deve ser definida pelo Estado e União.
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