Rafaela Ribeiro, 25 anos, suspeita que foi atingida por um tiro de chumbinhoFoto: Arquivo pessoal
Pelo menos dois casos foram registrados. O primeiro aconteceu no dia 19 de março, quando blocos realizavam ensaios no local, e o segundo no dia 22, em condição parecida. A primeira vítima registrar o caso na 9ª DP (Catete) foi Rafaela Ribeiro, que integrava uma oficina de saxofone do bloco "Me enterra na quarta", na Praça Paris. Ela precisou fazer um procedimento para remover o projétil de chumbinho.
Em virtude dos ataques, além do ato marcado para domingo, um grupo encabeçado por frequentadores do local fez uma carta aberta pedindo diálogo com o poder público. "Nossa denúncia quer deixar claro que os órgãos competentes já foram notificados para que haja uma investigação ampla com informações que levarão ao(s) culpado(s). Quando vivemos numa sociedade que usa uma barbárie como esta como forma usual de expressão, mostra claramente que quem pratica isto contribui para nos colocar no pior patamar, sendo impossível adjetivar um ”cidadão” de última categoria", diz a carta.
O grupo deve fazer um cortejo de ida e volta pela rua na frente do local público onde os ataques aconteceram. Durante a ação, os ativistas lerão o manifesto e também haverá uma panfletagem nos prédios para moradores, síndicos e pedestres.
"Nosso ato de hoje tem como função primordial estimular o diálogo, a consciência e o respeito nas pessoas. Não podemos mais esperar que esta ação só seja repudiada veementemente quando causar um dano permanente e irreversível por causa da inconsequência de alguém totalmente incapaz de pensar no próximo como um igual", conclui a carta.
O último ataque aconteceu na quinta-feira (28) quando, pelo menos, duas pessoas foram atingidas por chumbinho no local. Segundo Santana e Nobre, nenhuma das vítimas foi à delegacia para registrar o caso por medo de represálias, já que moram na região do Centro e costumam frequentar o local.
Em entrevista ao DIA, Luana Ribeiro, conhecida como Luh, uma das vítimas do atirador, disse que acredita que o autor seja morador de algum prédio do quarteirão que pode não gostar de Carnaval ou se incomoda com o barulho feito pelos grupos que ali ensaiam. "Não tem a maturidade de conversar ou levar isso para uma associação de moradores", comentou.
A Polícia Civil disse que a investigação dos casos registrados na 9ª DP (Catete) segue em curso e que os agentes buscam o responsável pelos disparos.
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