O Terminal Gentileza foi projetado para ser o ponto de chegada ao Rio do BRT Transbrasil Reprodução

Rio - A Prefeitura do Rio iniciou, nesta segunda-feira (9), a desmontagem da galeria técnica do Centro Internacional de Transmissão (IBC), no Parque Olímpico, Zona Oeste. A estrutura metálica do Terminal Intermodal Gentileza (TIG), que será erguido na região do Gasômetro, em frente à Rodoviária Novo Rio, utilizará 100% de material reaproveitado da instalação olímpico, trazendo uma economia de R$ 22 milhões para os cofres públicos.
Segundo o prefeito do Rio, Eduardo Paes, o grande custo foi do setor privado e o que foi gasto com dinheiro público será usado para servir à população, que seria o Terminal Gentileza. Ainda de acordo com o prefeito, existe ainda um projeto que planeja transformar o velódromo em um museu olímpico.
“Desde o ano passado, estamos cumprindo com o plano do legado olímpico. Não queríamos que estruturas montadas para as Olimpíadas virassem depois um elefante branco. Essa galeria técnica do IBC é um exemplo disso.” disse o prefeito, Eduardo Paes.
A desmontagem do projeto levará cerca de 120 dias para ser concluída, e reaproveitará cerca de 50% do total de 1.400 toneladas da estrutura de aço do IBC. O novo terminal vai integrar o BRT Transbrasil, 22 linhas de ônibus municipais, além das linhas 1 e 2 do VLT.
O Terminal Gentileza foi projetado para ser o ponto de chegada ao Rio do BRT Transbrasil, que estipula demandar cerca de 130 mil pessoas transportadas diariamente. No local, os passageiros poderão pegar ônibus alimentadores para diversas regiões da cidade, além do VLT, que será estendido em cerca de 700 metros a partir da Rodoviária Novo Rio, para circular no Centro do Rio e chegar à Central do Brasil, Praça XV e Aeroporto Santos Dumont.
"Fazia parte do nosso plano de legado olímpico a desmontagem dessa galeria técnica do Centro de Imprensa. A previsão inicial era usar esse material em outra obra, mas, agora, com o projeto do Terminal Gentileza, fizemos as contas e vimos que dava para aproveitar lá essa estrutura metálica.", afirmou o secretário de Coordenação Governamental, Jorge Arraes.
O nome do novo terminal faz referência a José Datrino, o Profeta Gentileza. Ele ficou conhecido pelas inscrições que eternizou nas colunas dos viadutos do Gasômetro e da Perimetral. A mais famosa delas é a frase “Gentileza gera Gentileza” que hoje estampa, camisetas, adesivos e estará também nas paredes do novo terminal.
A integração dos modais no local se dará em etapas. A primeira etapa, ainda com o terminal em construção, será iniciada no fim deste ano, o início da operação do BRT Transbrasil. Na sequência, no começo de 2023, os ônibus municipais passam a fazer ponto final no local. Já no segundo semestre de 2023, o Terminal Gentileza estará pronto e toda a operação ficará completa. Com o funcionamento pleno, o terminal vai receber 95 ônibus do BRT, 21 composições do VLT e mais de 130 ônibus municipais.
De acordo com o presidente da Companhia de Desenvolvimento Urbano da Região do Porto (Cdrup), Gustavo Guerrante, a expectativa é de que mais de 130 mil pessoas, diariamente, passem pelo novo terminal, deixando mais organizado o sistema de transporte público da cidade, evitando que algumas linhas de ônibus circulem pelo Centro
"Começamos hoje o aproveitamento dessa estrutura na construção do Terminal Gentileza, onde vamos integrar o BRT Transbrasil com o VLT, além de linhas convencionais de ônibus.", disse Gustavo.
Arquitetura nômade
Uma das principais novidades introduzidas pelo Rio nos Jogos Olímpicos e Paralímpicos foi a arquitetura nômade. O conceito de utilização de estruturas temporárias, com posterior aproveitamento em novos projetos de infraestrutura foi usado não só na galeria técnica do IBC, mas em outras instalações, como a Arena do Futuro, onde ocorreram as disputas de handebol.
Iniciada em março deste ano, a desmontagem da Arena do Futuro vai permitir a construção de quatro novas escolas, com 10 salas de aula e capacidade para 245 alunos, cada uma. As instituições de ensino serão erguidas em Santa Cruz, Campo Grande, Bangu e Rio das Pedras.
Centro Internacional de Transmissão (IBC)
Construído para os Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio 2016, o IBC era a base da cobertura do evento pela imprensa internacional. Mais de 10 mil profissionais de imprensa trabalharam no prédio onde funcionavam estúdios e eram geradas as imagens das transmissões oficiais dos Jogos.
A galeria técnica foi utilizada para receber as estruturas necessárias para o funcionamento do IBC. Dentre elas, a alocação do sistema de ar-condicionado e geradores de energia.
A iniciativa privada investiu cerca de R$ 300 milhões na construção do IBC e a Prefeitura arcou com a estrutura metálica externa, orçada em R$ 90 milhões, que será reaproveitada agora na construção do Terminal Gentileza.