O Governador Claudio Castro anunciou, nesta quinta feira (12), o início das obras do novo Restaurante do Povo na Central do Brasil e comentou sobre as negociações com a SuperViaMarcos Porto/Agencia O Dia

Rio - O governador Cláudio Castro fez duras críticas ao serviço prestado pela SuperVia, responsável por operar os trens na Região Metropolitana do Rio. Nesta quinta-feira (12), durante o lançamento do futuro restaurante popular que será implantado na Central do Brasil, Castro foi taxativo ao falar sobre a relação com a concessionária e disse que não há negociação quanto ao reajuste do preço da tarifa.
"Nesse momento, não há diálogo com eles (SuperVia). O Estado está utilizando a força mesmo. Fiscalizando e fazendo sua parte, que é a cobrança. A SuperVia faz um serviço de péssima qualidade, desrespeitoso com o cidadão fluminense, e o Estado está exercendo a força da multa para que eles possam voltar a melhorar a manutenção", explicou o governador.
Atualmente, as negociações pelo aumento de preço da passagem de trem estão congeladas. Entretanto, nesta terça-feira, a SuperVia recebeu uma carta da Secretaria de Transportes que foi vista como um ultimato à concessionária. Ainda na semana passada, Castro anunciou que a empresa foi multada em R$ 1,5 milhão por falhas encontradas pelo Procon nas estações de Bonsucesso, Olaria e Ramos. Essa foi a primeira multa desde a implementação do Programa Estação Segura, dia 8 de abril, a força-tarefa com objetivo de levar mais segurança aos passageiros dos trens e verificar possíveis irregularidades nos ramais.
"Está muito claro que é uma falácia que o problema é o furto de cabos. O problema é falta de manutenção, um serviço podre de uma concessionária horrorosa. O Estado, hoje, está exercendo a força da fiscalização e da cobrança para que eles possam cumprir o contrato. Enquanto eles não respeitarem a nossa população, não tem diálogo", completou.
No início de abril, o fechamento de 54 estações por mais de quatro horas foi considerado o estopim para Castro. Em setembro de 2021, o governo já tinha iniciado uma força-tarefa para combater o furto de cabos, atribuído pela empresa como causa das frequentes paralisações.
A falta de qualidade e manutenção dos transportes faz com que o governador julgue como "cara de pau" o pedido de reajuste de R$ 5 para R$ 7 feito pela SuperVia e homologado, em janeiro, pela Agência Reguladora de Serviços Públicos Concedidos de Transportes Aquaviários, Ferroviários, Metroviários e de Rodovias do Estado do Rio de Janeiro (Agetransp).
As negociações começaram no início deste ano. Inicialmente, o aumento das tarifas estava marcado para o começo de fevereiro, mas foi adiado diversas vezes e ainda não se concretizou. O governo tenta diminuir o reajuste e enfatiza que o adiamento da mudança continuará sendo feito enquanto não houver um acordo. A presidente Lucinha destacou que a pressão imposta à SuperVia impediu o aumento da passagem de R$ 5 para R$ 7 até o final da CPI.
Presidente da CPI dos Trens rebate declarações de Castro
A presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos trens, deputada Lucinha (PSD), rebateu a fala do governador e disse que a movimentação do Estado em relação à Supervia se deve ao trabalho da CPI, "que está denunciado o péssimo serviço da concessionária". Lucinha também listou duas ações da CPI em busca de melhorias no serviço da SuperVia. A presidente solicitou a criação de um batalhão ferroviário para fiscalizar os 270 km de linha férrea e cobrou da Agetransp a volta do expresso de Santa Cruz, que vai diminuir a viagem em mais uma hora.
A deputada também reforçou que o as negociações pelo aumento de preço da passagem de trem estão congeladas devido ao andamento da CPI dos Trens. No dia 24 de fevereiro, a Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) instaurou a CPI para apurar as interrupções e atrasos nos serviços de trens, além da superlotação, da acessibilidade e do valor da tarifa.
Perguntada sobre as falas do governador, a SuperVia ainda não respondeu até o momento da publicação desta matéria. O espaço está aberto para manifestação.