Sargento do Corpo de Bombeiros, Maxwell Simões Correa, preso durante a Operação Submersus 2Reginaldo Pimenta / Agência O Dia

Rio - O sargento do Corpo de Bombeiros Maxwell Simões Correa, o Suel, está em processo de expulsão na corporação, onde era lotado no Grupamento de Busca e Salvamento da Barra, na Zona Oeste do Rio. O militar foi submetido ao Conselho de Disciplina, cuja decisão, assinada pelo comandante-geral dos bombeiros, foi a de exclusão. 
Maxwell Simões Correa - Reprodução
Maxwell Simões CorreaReprodução
Maxwell foi preso novamente nesta semana, após ser alvo da Operação Calígula, que mira uma organização criminosa relacionada ao Jogo do Bicho. Atualmente ele se encontra no detido no no Grupamento Especial Prisional (GEP) e vai pra unidade prisional comum no final do processo que tramita no Corpo de Bombeiros.
O militar foi condenado no ano passado por obstruir as investigações das mortes da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes. No entanto, na sentença proferida pela 19ª Vara Criminal, ele foi autorizado a cumprir a pena em regime aberto, com prestação de serviços à comunidade. 
Segundo a denúncia do Ministério Público do Rio (MPRJ), o bombeiro foi alvo de mandado de prisão "por atrapalhar de maneira deliberada" as investigações. Assim que o desligamento for concluído no Corpo de Bombeiros, ele será transferido para uma unidade prisional comum.
O sargento foi alvo de pelo menos três operações do MPRJ nos últimos três anos. Em março de 2019, durante a Operação Lume, agentes da Polícia Civil e do MPRJ foram até a casa do bombeiro, em um condomínio de luxo, no Recreio dos Bandeirantes, e apreenderam documentos que pudessem ter ligação com a morte de Marielle Franco. Suel foi levado para a Delegacia de Homicídios da Capital (DHC), mas não chegou a ser preso.
Em junho de 2020, o militar foi alvo da Operação Submersus 2, que investigou o sumiço de armas do policial militar reformado Ronnie Lessa. Maxwell foi localizado no mesmo endereço e preso, suspeito de ter participado do sumiço das armas que podem ter sido usadas na morte da parlamentar.
De acordo com as investigações, no dia 13 de março de 2019, um dia após as prisões dos ex-policiais Ronnie Lessa e Élcio de Queiroz, denunciados como autores dos crimes, Maxwell, junto com Elaine Pereira Figueiredo Lessa, esposa de Ronnie, Bruno Pereira Figueiredo, cunhado de Ronnie, José Marcio Mantovano e Josinaldo Lucas Freitas, presos durante a operação Submersus, ajudou a ocultar armas de fogo de uso restrito e acessórios pertencentes a Ronnie, que estavam armazenados em um apartamento no bairro do Pechincha utilizado pelo ex-policial, bem como em locais ainda desconhecidos.
O papel de Maxwell para obstruir as investigações foi ceder o veículo utilizado para guardar o vasto arsenal bélico pertencente a Ronnie, entre os dias 13 e 14 de março de 2019, para que o armamento fosse, posteriormente, descartado em alto mar.
Na Operação Calígula, a mais recente, ele foi acusado de envolvimento com a contravenção, também ligado ao PM Ronnie Lessa. A defesa do sargento Maxwell Simões não foi localizada pela reportagem. O espaço está aberto para manifestação.