Renato Couto sofreu série de roubos em sua obra; ele foi morto por militares da Marinha após tentar recuperar materialArquivo pessoal

Rio - O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) denunciou, nesta quinta-feira (19), por homicídio qualificado e fraude processual, os três militares da Marinha e o quarto envolvido na morte do policial civil Renato Couto de Mendonça. O perito foi morto na última sexta-feira (13) após ser  baleado três vezes e ter seu corpo jogado no Rio Guandu. 
De acordo com a denúncia, o militar Bruno Santos de Lima atirou no policial, na Praça da Bandeira, e contou com a ajuda dos também militares Daris Fidélis Motta e Manoel Vítor da Silva Soares, além do seu próprio pai, Lourival Ferreira de Lima. O perito foi colocado pelo trio dentro de uma van da Marinha e jogado do alto de uma ponte no rio. Um vídeo divulgado na última segunda-feira mostra a discussão entre o policial e o dono do ferro-velho.
Aa 2ª Promotoria de Justiça junto ao III Tribunal do Júri da Capital aponta no documento que o crime foi cometido por motivo torpe. O papiloscopista teria tido desentendimentos com Bruno e Lourival, que comandavam um ferro-velho na região da Praça da Bandeira. O policial civil chegou a ameaçar fechar o local, após perceber que objetos roubados de seu estabelecimento e casa haviam sido receptados pelo local. 
Os promotores adicionam o agravante da vítima ter sido morta por afogamento, uma vez que foi jogado no Rio Guandu ainda com vida por Bruno e Daris, com a ajuda de Manoel. Segundo perícia, o policial civil foi morto com água nos pulmões, o que indica asfixia. 
A denúncia do MPRJ cita ainda que o crime foi cometido sem possibilidade de defesa, já que, no dia do assassinato do policial, Lourival o atraiu para o ferro-velho, com a promessa de pagar o valor dos itens receptados pelo local. Ao chegar no local, Renato percebeu que se tratava de uma emboscada. Os três militares teriam participado da ação, com Daris e Manoel, o segurando, mas foi Bruno quem fez os disparos. 
O pai de Bruno também foi denunciado por fraude processual. Segundo a denúncia, ele recolheu os estojos dos disparos feitos pelo filho, com o intuito de atrapalhar a perícia criminal. O mesmo ato foi imputado a Daris e Emanuel que lavaram as marcas de sangue no veículo usado para transportar Renato até a ponte de onde ele foi arremessado.