Na foto, Benny Briolly na porta da Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi)Reprodução

Rio - A vereadora Benny Briolly (PSOL) registrou um boletim de ocorrência contra o deputado estadual Rodrigo Amorim (PTB) por transfobia, nesta sexta-feira (20), na Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi), no Centro do Rio. De acordo com a parlamentar, os ataques que recebeu durante um sessão ordinária no plenário da Assembleia Legislativa do Estado do Rio (Alerj), na última terça-feira (17) são 'gratuitos e desmotivados'.
"O deputado Rodrigo Amorim não sairá impune. Eles usam o ódio e o ataque gratuito como palanque eleitoral, mas não passarão. Está comprovado o racismo e a transfobia do deputado e lutarei junto aos movimentos sociais e organizações que estão ao meu lado para que ele seja punido e perca o seu mandato", afirmou Benny.
Em sessão ordinária, Rodrigo chamou a vereadora Benny Briolly de "belzebú", "aberração" e se dirigiu a ela no masculino, dizendo: "Ela faz referência a um vereador homem pois nasceu com pênis e testículos, portanto é homem…O vereador homem de Niterói parece um Belzebu porque é uma aberração da Natureza".
Os ataques verbais envolvendo Amorim, durante uma sessão plenária na Alerj foram levados ao Conselho de Ética. Na tarde desta quinta-feira (19), os deputados estaduais do PSB, Carlos Minc e Waldeck Carneiro, e o PSOL protocolaram uma denúncia no Conselho da Alerj contra o deputado. Na denúncia, foram citadas ofensas transfóbicas, gordofóbicas e injúria, cometidos na mesma sessão. Os ataques foram registradas em vídeo e divulgados nas redes sociais.
Procurada, a Alerj informou que partido e os deputados entraram com a representação no Protocolo da Alerj, na tarde desta quinta-feira. Ela será encaminhada à Mesa Diretora e só então para a Corregedoria da Casa. O corregedor, deputado Noel de Carvalho (Solidariedade), informou que está analisando os vídeos. Ele também disse "repudiar veementemente qualquer tipo de discriminação, assim como lamenta os excessos que ocorreram nas falas dos deputados no plenário da Alerj, que é a casa das pessoas".
Procurado, o deputado estadual Rodrigo Amorim ainda não se posicionou sobre o ocorrido. Já a Polícia Civil informou que "como não tem atribuição para investigar membros do legislativo estadual, o caso será enviado ao Procurador-Geral de Justiça".