Rodoviários do Rio entraram em greve em março passado e paralisação causou transtornosReprodução TV Globo
"Ficou mais do que evidente diante da postura do TRT, que não colocou na pauta de ontem (quinta-feira) o julgamento do dissídio da categoria e nem a greve, que havia uma conexão entre o aumento dos trabalhadores e a discussão entre prefeitura e as empresas de ônibus, realizada na justiça civil, sobre o aumento da tarifa", avaliou Silva.
Nesta quinta-feira (19), após várias rodadas de negociações, entre integrantes do Rio Ônibus, que representa os empresários, e a Prefeitura do Rio, foram acertadas medidas durante audiência realizada na 8ª Vara de Fazenda Pública. Na ocasião, o Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) obteve um acordo parcial na ação de caducidade da concessão do transporte coletivo, firmado com o município do Rio e as empresas de ônibus.
Com o pacto, o transporte público do município deverá passar por mudanças em um prazo de seis meses. Entre os principais pontos, estão a retomada do serviço de BRT pelo município, extinguindo parcialmente o contrato de concessão referente a essa operação; a renúncia pelos consórcios de participação das licitações relativas ao serviço de bilhetagem eletrônica enquanto operadores do sistema; mudanças no critério de remuneração do serviço e a antecipação do encerramento do contrato de concessão.
"Foi a segunda vez que o TRT suspendeu nossa audiência; o que deixou claro que a situação do sindicato só seria resolvida após a definição do aumento da tarifa, provando que uma coisa estava dependendo da outra. Agora o tribunal precisa julgar a greve da categoria, para sabermos o rumo que iremos tomar, pois continuamos em estado de greve ", disse Silva.
Conforme o presidente do sindicato, os trabalhadores estão há três anos sem reajuste de salários, cesta básica e demais benefícios. Ainda segundo Sebastião, a categoria está inconformada com "a falta de sensibilidade e de consciência por parte dos empresários e da própria prefeitura".
Na petição enviada ao TRT-RJ, o pedido da nova audiência é justificado: "De acordo com o divulgado, o impasse sobre a possibilidade de reajuste tarifário foi superado, a despeito do sindicato profissional sempre ter exposto o seu entendimento que o reajuste salarial dos rodoviários não pode depender das tratativas entre patrões e município, agora não há mais razão para que não seja feita a recomposição das perdas salariais dos trabalhadores", informou trecho do documento.
O TRT/RJ informou que recebeu a petição e a presidência do órgão analisará o pedido. Procurados pelo DIA, o Rio Ônibus e a prefeitura não se manifestaram até o momento.
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