Mais uma vez, audiência entre rodoviários e empresários do setor sobre dissídio termina sem acordoFábio Costa/Agência O Dia

Rio - Mais uma vez, não houve acordo entre os rodoviários e os empresários de ônibus sobre o dissídio 2020/2021 e 2021/2022. O Tribunal Regional do Trabalho (TRT) pediu que as empresas apresentem uma proposta sobre o tema até a próxima segunda-feira (30). Presidente do Sindicato dos Rodoviários, Sebastião José afirmou que acredita que as audiências marcadas servem para que os empresários ganhem tempo antes de resolver a questão.
"Não dá para aceitar tanta falta de comprometimento com a categoria e com os usuários. A negociação está cada vez mais complicada, o que deixa os trabalhadores inquietos e descrentes da justiça. Não estamos pedindo nada de ilegal, apenas que nos seja dado nosso direito. Estamos há três anos sem reajuste de salários e de beneficios. A categoria está se sentindo enganada", opinou.
A princípio, os empresários do setor pediram para que o prazo fosse de dez dias. No entanto, o TRT-RJ negou o pedido. Apesar da decisão do Tribunal, Sebastião pede que os trabalhadores do setor, principalmente os que atuam no BRT, aguardem até a segunda-feira para definir se haverá paralisação da categoria. "Sabemos da insatisfação dos trabalhadores, mas não podemos contribuir para que a população pague por uma conta que não é dela e nem nossa", analisou explicou Sebastião.
Relembre o caso
Sem acordo com as empresas de ônibus, o os rodoviários entraram em greve no dia 29 de março. A categoria já pedia melhores condições de trabalho e reajuste salarial. Com isso, a paralisação dos transportes, incluindo BRTs, começou a partir de zero hora daquele dia. Cerca de 450 motoristas e cobradores apoiaram a decisão.
Dessa maneira, os ônibus regulares circularam com cerca de 60% da sua frota, mas o movimento paralisou a circulação nos corredores do BRT. Presidente do TRT, a desembargadora Edith Maria Correa Tourinho concedeu uma liminar ao Rio Ônibus declarando que a greve era ilegal, sob pena de multa diária no valor de R$ 200 mil.
Procurado por O DIA, o Rio Ônibus não respondeu até o fechamento desta matéria.