Alan Amorim de Oliveira confessou que matou médico e estudante de medicinaReprodução

Rio - O Tribunal de Justiça do Rio (TJRJ) decretou, nesta terça-feira (24), a prisão preventiva do ex-cabo da Marinha Alan Amorim de Oliveira, que confessou ter matado o médico Jaeder de Oliveira Reis e o estudante de medicina Carlos Henrique no início de maio, no distrito de Tinguá, em Nova Iguaçu, Baixada Fluminense. As vítimas eram alunos do curso de investimentos financeiros que Alan administrava. Até o momento, a Polícia Civil não informou se o ex-militar já se apresentou às autoridades.
Jaeder, à esquerda, e Carlos Henrique, à direita, foram executados - Reprodução/Redes Sociais
Na decisão, o juiz Andre Luiz Duarte Coelho, da 4ª Vara Criminal de Nova Iguaçu, levou em consideração o teor dos depoimentos de sete testemunhas, o histórico de localização de Jaeder no Google Maps e, ainda, a confissão do empresário. Nos autos da investigação, também foi citado que Alan disse ter cometido o crime pois estava se sentindo ameaçado pelas vítimas e que, inclusive, o médico perguntou ao seu motorista sobre a rotina de seus filhos, causando desconfiança.
No entanto, mesmo tendo alegado legítima defesa, o juiz ressaltou na decisão que os laudos de necropsia sugeriram que as vítimas foram executadas, levantando inconsistência na versão inicial de Alan.
As famílias das vítimas chegaram a questionar o motivo de Alan ter ficado em liberdade mesmo depois de confessar o crime. Segundo a delegada Ana Carolina Medeiros Caldas, titular da Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense (DHBF), a polícia aguardava a Justiça deferir o pedido da prisão. "A polícia já havia pedido a prisão dele, mas foi indeferida em sede de plantão judiciário e encaminhada ao juiz natural. Ainda estamos aguardando o deferimento da prisão", disse a delegada ao DIA no sábado (21).
Esquema de pirâmide
Jaeder e Carlos Henrique eram muito amigos e decidiram, em agosto do ano passado, fazer juntos um curso sobre mercado financeiro. Alan era o dono do suposto curso de investimentos. O irmão de Carlos Henrique disse que começou a desconfiar de Alan porque as promessas de retorno eram fora do padrão
As investigações indicam que o empresário liderava o esquema de pirâmide financeira no qual as vítimas eram investidores e captadores de novos investidores. "Após atrasos nos pagamentos nos meses de abril, causando desconfiança nas vítimas, estas queriam deixar o investimento, bem como devolver o dinheiro aplicado dos investidores", diz uma parte do processo.