Placa em homenagem a Millôr Fernandes foi instalada em frente à faixa de areia onde pratica frescobolDivulgação
Escritor Millôr Fernandes ganha placa no Arpoador
Humorista foi homenageado a pedido de um grupo de amigos liderado pelo jornalista Luiz Gravatá
Rio - O mestre da escrita e do humor, Millôr Fernandes, falecido em 2012, foi homenageado nesta sexta-feira (27) com a instalação de uma placa no Arpoador. A ação, promovida pela Secretaria Municipal de Conservação (Seconserva), foi realizada no Largo do Millôr, no trecho em frente à faixa de areia onde se pratica frescobol. O homenageado foi pioneiro nesse esporte no Rio, criado em meados dos anos 1940 na Praia de Copacabana.
Atendendo ao pedido de um grupo de amigos do Millôr, liderado pelo jornalista Luiz Gravatá, a homenagem acontece dez anos após a morte do escritor. Para a secretária Anna Laura Valente Secco, homenagear Millôr é manter viva a história carioca.
"Millôr Fernandes é uma figura importante para a cultura brasileira e um dos grandes nomes do Rio de Janeiro, que deixou sua contribuição não apenas nas letras e nas artes, mas também nas areias cariocas. Quem nunca jogou uma partida de frescobol na praia?", disse.
Além da placa, também faz parte da paisagem do local a escultura criada pelo arquiteto e urbanista Jaime Lerner, cuja manutenção é de responsabilidade da Gerência de Monumentos e Chafarizes, vinculada à Conservação. A peça é formada por uma chapa de aço corten que traz a silhueta de Millôr Fernandes, em desenho de Chico Caruso. Um banco de madeira complementa o conjunto, tornando possível a interação com a obra, inaugurada em 2013.
O subprefeito da Zona Sul, Flávio Valle, reforçou o compromisso da atual gestão municipal com a cidade e os cariocas. "Sempre muito bom homenagear quem faz parte da nossa cultura e tanto contribuiu com seu humor inteligente, conjugando ironia e sátira, nas diversas situações. Feliz em pôr em prática um pedido dos amigos do Millôr! Reforço o compromisso da Prefeitura do Rio em cuidar com carinho deste espaço e de toda a Zona Sul do Rio", afirmou.
Jornalista, dramaturgo, cartunista, tradutor, humorista, poeta, desenhista, pensador e aforista, Millôr Fernandes foi um dos fundadores do jornal O Pasquim e publicou mais de 30 livros. Em todas as áreas que passou, teve grande sucesso com seu humor ácido e visão cética do mundo. Já em seu primeiro roteiro cinematográfico, "Modelo 19", assinado em 1949, recebeu o Prêmio Governador do Estado de São Paulo como "melhores diálogos".
No teatro, sua primeira peça foi "Uma mulher em três atos", que estreia em 1953 no Teatro Brasileiro de Comédia, em São Paulo. Como dramaturgo, Millôr colecionou prêmios. Como em "Um Elefante no Caos", montada pelo Teatro da Praça, no Rio de Janeiro, em 1960, com a direção de João Bethencourt.
Como roteirista, escreveu mais sucessos. Dentre eles, se destacam o musical "Liberdade, Liberdade", feito em parceria com Flávio Rangel, e "Do fundo do azul do mundo". Em 1983, Millôr participou e foi homenageado como samba-enredo no desfile escola Acadêmicos do Sossego, de Niterói (RJ).
Dentre os veículos de imprensa, escreveu para "O Dia", "O Correio Brasiliense", "Jornal do Brasil", "O Estado de São Paulo", "O Diário Popular", "Correio da Manhã", "Folha da Manhã" e " Diário da Noite".
Nascido no Méier, Millôr morreu aos 88 anos em seu apartamento em Ipanema, Zona Sul do Rio. Ele deixou dois filhos, Ivan e Paula, e um neto, Gabriel.
Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor.