Reduto tradicional do partido, o local foi palco em protestos por justiça a GivaldoDivulgação / Mari Moraes

Rio - O Psol do Rio realizou, nesta sexta-feira (27), um ato em homenagem à memória de Genivaldo de Jesus Santos, de 38 anos, morto por agentes da PRF em uma câmara de gás improvisada em Sergipe, e contra a violência policial no Buraco do Lume, no Centro do Rio. Reduto tradicional do partido, o local foi palco de denúncias e protestos. A manifestação contou com a presença de vereadores, deputados estaduais e militantes do partido. Neste sábado (28), às 10h, está previsto um ato organizado pela Coalizão Negra por Direitos, "contra o genocídio negro e por justiça a Genivaldo", no Monumento Zumbi dos Palmares, na Cidade Nova.

O vereador Chico Alencar manifestou sua indignação sobre o ocorrido. Segurando cartazes pedindo justiça por Genivaldo, o parlamentar fez duras críticas à violência policial.
"A nota divulgada pela Polícia Rodoviária Federal foi abominável. Disseram que não sabiam das circunstâncias, que iriam apurar, mas que provavelmente sofreu um mal súbito. O estado brasileiro, que devia orientar e proteger a população, sobretudo as pessoas anônimas, elimina a vida dessas pessoas. O estado não pode ser um necro estado que existe para matar. Genivaldo foi morto pelo estado brasileiro, morto pela cultura do ódio que vem sendo praticada", disse Alencar.


Além de Chico, nomes como a deputada estadual Monica Francisco (Psol), o vereador do Rio de Janeiro Tarcisio Motta (Psol), a militante e atriz Andrea Bak e o ator e escritor Henrique Vieira participaram do ato e fizeram publicações em suas redes sociais.

A tortura e o assassinato de Genivaldo de Jesus Santos estão nos engasgado. Não é possível continuar reféns desse Estado genocida, vamos todos/todas/todes para as ruas. BASTA!!!
#JusticaParaGenivaldo
#PeloFimDasChacinas #VidasNegrasImportam pic.twitter.com/rMV2Iv61JJ

— Mônica Francisco (@MonicaFPsol) May 27, 2022 ">

"Fizemos uma homenagem hoje para lembrar o assassinato de Genivaldo que é emblemático sobre a situação do país. O Estado vem executando ilegalmente a pena de morte contra a população pobre, especialmente a negra e favelada, e a política de ódio de Bolsonaro deu abertura para o crescimento dessa violência. O Psol Carioca vem denunciando esses crimes. A morte de Genivaldo pela PRF é um caso simbólico sobre como o nosso país trata pessoas com transtornos psíquicos, e acontece na mesma semana em que Bolsonaro rejeita homenagem à Nise da Silveira, pioneira na luta contra a tortura com método de tratamento", disse o presidente do Psol Carioca, Juan Leal.

Morto por asfixia

Genivaldo de Jesus Santos, de 38 anos, foi imobilizado e mantido no porta-malas de uma viatura enquanto dois policiais jogavam uma bomba de gás no interior do veículo, sem permitir que a vítima pudesse respirar. Imagens da ação foram gravadas e chocaram internautas ao serem compartilhadas nas redes sociais.

Em um dos vídeos gravados momentos antes da morte de Genivaldo, é possível ver que o homem é jogado no chão e algemado. Em seguida, ele é levado para a viatura e lá, os policiais deixam apenas uma fresta do porta-malas aberta enquanto jogam o gás. Ao redor da cena, populares alertam sobre o risco de manter a vítima durante tanto tempo inalando a substância sem poder respirar ar puro, mas os agentes ignoram enquanto o homem se debate com as pernas para fora do veículo.