Em sua decisão, Fernandes pontuou que Piruinha seria líder de uma quadrilha especializada em jogos de azar e teria ordenado o assassinato de um homem por causa de dívidas. O desembargador também afirmou que há testemunhas chaves do processo que temem por suas vidas, além de Piruinha ter mais de 60 anotações, dentre elas, condenações definitivas.
Em outro trecho da decisão, Fernandes ainda disse que o contraventor "encontra-se sob tratamento clínico desde agosto de 2003, mas não afasta a possibilidade de continuidade terapêutica em unidade penitenciária".
Contra ela, foi expedido um mandado de prisão, pela 3ª Vara Criminal da Capital, pelo crime de homicídio qualificado, com pedido de prisão preventiva, com validade até 2042, em um inquérito proveniente da Delegacia de Homicídios (DHC). Monalliza é considerada uma foragida da Justiça.
O crime
De acordo com as investigações, o segurança de Piruinha, identificado como Jeckson Lima Pereira, o "Jeck", de 40 anos, matou Neto a tiros. O policial militar estava em um carro preto, com placa adulterada, que foi visto circulando pela região por vários dias.
Neto sofreu uma emboscada quando seguia a pé para a sua loja de veículos, a Auto Mix Veículos, na Estrada Intendente Magalhães, próximo a Rua Nova do Amorim, em Vila Valqueire, na Zona Oeste. Natalino era neto de Natal da Portela, patrono da agremiação de Oswaldo Cruz, e ganhou o mesmo nome do avô. Ele era também sobrinho de Nezio Nascimento, presidente de honra da escola de samba Tradição. O morto era alvo de 14 processos na Justiça.
Segundo investigações, Piruinha, exerce há décadas, o domínio do jogo do bicho que é explorado em diversas regiões da cidade, em especial nos bairros de Madureira, Abolição, Cascadura, Maria da Graça, Piedade e Inhaúma, dentre outros. Piruinha ainda arrenda outras áreas para exploração de jogos de azar para outros contraventores, dentre elas as divisas com os bairros de Cascadura, Piedade, Pilares, Abolição, Quintino, Campinho e a divisa com a Praça Seca.
Operação da Civil e MPRJ
Piruinha e Jeck foram presos na operação da Delegacia de Homicídios da Capital (DHC) junto com o Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público do Rio (MPRJ). Na ação foram cumpridos 20 mandados de busca e apreensão. Em um dos locais de busca, Lucio Fernandes Camargo foi preso em flagrante com um revólver calibre 32.
Ao todo, foram apreendidos um automóvel, R$ 188 mil em espécie, nove telefones celulares, três notebooks, um tablet, munições calibre 32, dois relógios de luxo, duas máquinas de cartão de crédito, agendas e documentos diversos na operação.
Os mandados foram expedidos pelo III Tribunal do Júri da Comarca da Capital, a partir de denúncia do Gaeco pela morte de Neto.
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