'Rainha dos Reboques' é alvo de operação da Polícia Civil, que investiga fraudes em leilões
Segundo as investigações, Priscilla Santos deve mais de R$ 5 milhões só ao Detro-RJ. O valor é referente ao dinheiro de leilões de carros que jamais foi repassado ao governo do estado
O principal alvo da operação é Priscilla Santos, conhecida como a Rainha dos Reboques, por uma dívida de mais de R$ 5 milhões aos cofres públicos do Rio - Reprodução Internet
O principal alvo da operação é Priscilla Santos, conhecida como a Rainha dos Reboques, por uma dívida de mais de R$ 5 milhões aos cofres públicos do RioReprodução Internet
Rio - A Polícia Civil, por meio da Delegacia de Defraudações (DDEF), deflagrou na manhã desta quarta-feira a "Operação Reboque", cumprindo oito mandados de busca e apreensão contra um esquema de fraudes em leilões do Departamento de Transporte Rodoviário do Estado do Rio (Detro-RJ). O principal alvo da ação foi a empresária e influenciadora digital Priscilla Santos, conhecida como a "Rainha dos Reboques", por uma dívida de mais de R$ 5 milhões aos cofres públicos do Rio. Ela é dona da Rebocar Remoção e Guarda de Veículos, uma das maiores empresas de reboques do país.
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Os mandados foram cumpridos no Rio e em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense. Um dos endereços foi a casa de Priscilla, localizada no condomínio de luxo Mansões, na Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio. No entanto, ela não estava na residência, onde foram apreendidas diversas caixas de documentos da Rebocar e aparelhos telefônicos. Ex-funcionários e amigos também foram alvos da ação.
"São elementos probatórios dessa investigação, que trata de suspeitas de fraudes em leilões de carros apreendidos de forma irregular. Em alguns desses leilões os arrematantes sequer chegavam a pagar pelos veículos arrematados. Então, essa operação foi feita para colher elementos probatórios dessa apuração. A responsável pela Rebocar, a Priscilla, não estava em casa hoje. Ela teria saído ontem (terça). Queremos pegar mais detalhes de todos os envolvidos. Apreendemos eletrônicos e documentos", disse o delegado Alan Luxardo, responsável pela investigação, ao 'Bom Dia Rio', da TV Globo.
Luxardo também destacou que todos os envolvidos negaram as acusações. "A gente apurou que há vários milhões de reais que não foram repassados aos órgãos governamentais pela empresa. Nós temos as informações superficiais de que leilões e automóveis apreendidos estariam ocorrendo de forma irregular e essa operação foi para colher material para corroborar com as investigações que estão em andamento", disse o delegado.
Em abril, a delegacia especializada abriu um inquérito contra a influenciadora para investigar irregularidades em contratos firmados pela empresa Rebocar e o Detro. De acordo com as investigações, entre os anos de 2020 e 2021, a Rebocar devia a quantia de R$ 4.309.036,90, sendo R$ 2.612.943,54 devidos ao Detro e R$ 1.696.093,36 aos proprietários dos veículos leiloados como saldo remanescente.
A Rebocar também era responsável pelos leilões dos carros que não eram recuperados nos pátios para onde os veículos eram levados a mando do Detro. Em dezembro, o Detro desfez unilateralmente o contrato com a companhia, alegando que a empresa de Priscilla Santos deixou de repassar mais de R$ 5 milhões. Ela teria vendido os carros e ficado com o dinheiro.
Nas redes sociais, a influenciadora exibe uma vida luxuosa para mais de 400 mil seguidores. Funcionários relataram à TV Globo que a empresária não paga salários, contas de luz e nem o terreno do pátio para onde são levados os carros rebocados pela companhia.
Procurada pela reportagem do DIA, a defesa de Priscila Santos informou "que esta operação é mais um ato ilegal e precipitado do Estado contra a empresária".
"Desde que a Rebocar venceu licitamente o processo licitatório para operar no estado do Rio de Janeiro, a empresária vem sofrendo diversas ameaças e retaliações por não aceitar se envolver em esquemas criminosos", disse a defesa da empresária, que continuou:
"Há cerca de duas semanas, representamos ao Ministério Público a respeito de alguns fatos que vêm ocorrendo. Oferecemos documentos comprobatórios de nossas alegações e, devido à gravidade da situação apresentada, solicitamos o auxílio do Gaeco nas investigações, mesmo sabendo que tal solicitação só poderia ser feita pelo promotor natural do caso, o que, ainda, não ocorreu. Ao longo das investigações provaremos a lisura de nossa cliente".
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