Incêndio no Hospital São Lucas em Copacabana, nesta quarta feira (08).Marcos Porto/Agencia O Dia
Incêndio atinge Hospital São Lucas em Copacabana
Sem registro de vítimas, prédios vizinhos receberam pacientes que precisaram ser removidos. Pela manhã, houve intensa movimentação com pessoas sendo transportadas em macas, cadeiras de rodas e até de escritório para serem transferidas
Rio - O Hospital São Lucas, em Copacabana, na Zona Sul do Rio, foi atingido por um incêndio na manhã desta quarta-feira (8). Os bombeiros do quartel de Copacabana foram acionados às 9h16. Não há registro de vítimas. A suspeita é de que o motivo tenha sido uma pane elétrica em um gerador da unidade. A movimentação fio intensa no entorno da unidade durante a manhã. Profissionais de saúde deslocaram pacientes em macas e cadeiras de roda para transferi-los para outras unidades. Uma escola vizinha foi evacuada e prédios receberam pacientes em sua portaria para aguardarem encaminhamento a outros hospitais.
O Hospital São Lucas informou que por volta das 9h10 a rouparia, que funciona em um prédio anexo, teve um princípio de incêndio, em premissa, iniciado em um gerador de energia. No local também funciona a administração do hospital. Às 10h, o fogo já havia sido controlado pelo Corpo de Bombeiros e os pacientes que foram evacuados começaram a retornar para o interior do hospital. As causas e os impactos na operação estão sendo investigados.
O Subprefeito da Zona Sul, Flávio Valle, acompanhou no local os trabalhos dos bombeiros e das equipes do hospital. Valle informou que os andares 9º, 8º, 7º, 6º e 5º não foram atingidos e foram preservados. A fumaça concentrou-se no térreo e na área externa, não afetando os andares superiores.
A portaria de um dos prédios em frente ao Hospital São Lucas serviu de base para receber vários pacientes que foram retirados às pressas do hospital. Entre eles, Elizabeth Gomes, de 76 anos. Dona Elizabeth estava internada há 5 meses. Ela ingressou na unidade para operar a coluna, mas sofreu uma infecção bacteriana que adiou sua alta.
A cuidadora Patrícia Araújo, de 43 anos, contou que carregou a idosa nos braços após o incêndio. "Ouvi gritarem que era um incêndio. Perguntei a uma pessoa o que deveria fazer e ela me disse para esperar a maca. Como não sabia a proporção do negócio, decidi descer com ela nos braços", contou a cuidadora.
A escola Barilan, localizada na Rua Pompeu Loureiro, número 48, se colocou à disposição como estrutura provisória e recebeu cerca de 20 pacientes, em macas, no pátio. Às 13h50, ainda há trânsito de ambulância que busca pacientes na unidade de ensino Barilan. Dezenas de pessoas, entre profissionais de saúde e voluntários, fazem um cordão humano para isolar a área e facilitar a passagem das ambulâncias. Segundo relatos no local, um paciente precisou ser reanimado no pátio da escola.
A Rede D' Or enviou ambulâncias de pelo menos quatro unidades para ajudar no atendimento e na remoção de pacientes. Foram deslocados socorros do Copa D'or, Copa Star, Quinta D'or e Niterói D'or.
Uma escola vizinha ao hospital precisou ser evacuada. A dona da "Caminhando", que fica bem ao lado da unidade, disse que ouviu explosões durante o incêndio. "Ouvimos o barulho de duas explosões fortes. Em seguida, o pessoal do hospital começou a ir para a rua. Logo em seguida, bombeiros vieram aqui e pediram para evacuar a escola. Avisamos aos pais das quatro crianças que estavam aqui e avisamos às outras famílias para não virem", disse.
A fisioterapeuta Liliane Glória Bessa saiu correndo do hospital quando percebeu que havia um incêndio na unidade. Ela cursa uma pós-graduação em Fisioterapia Hospitalar no São Lucas. A profissional participou do socorro a pacientes no incêndio que atingiu o hospital Badin, da Rede D'or, em setembro de 2019. "Naquele dia, não estava de plantão, mas assim como vários funcionários, fui chamada para reforçar as equipes de atendimento. Hoje, estava no CTI do subsolo. Logo, subi e saí do hospital. Não vi fumaça e nem fogo, apenas muita correira", afirmou.
A produtora de eventos Eliana Garcia, de 65 anos, estava no hospital acompanhando a mãe, Ricarda Garcia, de 94 anos, que sofreu um AVC há 15 dias e precisou ser internada: "Dormi aqui. Estava esperando a cuidadora chegar para me render, quando aconteceu toda essa movimentação. Os pacientes que estão bem e conseguem andar foram orientados a descer e sair do hospital. Minha mãe, que está acamada, foi para área aberta no andar em que está internada", explicou Eliana. Segundo a produtora, médicos já ligaram por duas vezes para tranquilizar sobre a situação. "Eles são ótimos aqui nesse hospital. São super humanos e atenciosos. Tomara que tudo fique bem", declarou.
A unidade fica na Travessa Frederico Pamplona, 32. O Centro de Operações da Prefeitura do Rio interditou a Rua Pompeu Loureiro para a ação do Corpo de Bombeiros. O desvio está sendo feito na Rua Constante Ramos. A Polícia Militar atua no local.
Nove operadores da CET-Rio também estão no local para sinalizar a ordenar o trânsito na região.
*Colaborou Beatriz Perez
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