Equipe de defesa de Jairinho debate com juíza Elizabeth Machado LouroSandro Vox/Agência O Dia

Rio - Uma discussão de cerca de 15 minutos atrasou ainda mais a audiência de julgamento do Caso Henry na manhã desta segunda-feira. O ex-vereador Dr. Jairinho iniciou seu depoimento no fim da manhã. O réu afirmou que não responderia às perguntas da acusação, apenas as de sua própria defesa. Jairinho ingressou no plenário às 11h20, apesar da sessão marcada para 9h30.

Após um debate entre a defesa de Jairinho e a juíza Elizabeth Machado Louro, o advogado Claudio Dalledone afirmou que a magistrada o proibiu de transitar pelo plenário. Na última sessão do caso, dia 1º de junho, quando os peritos foram interrogados, os dois, Dalledone e a magistrada Elizabeth Machado Louro, se exaltaram em discussões. Na ocasião, o advogado questionou a legitimidade de perguntas feitas pela juíza à testemunha, o que irritou a magistrada.

O advogado de Jairinho afirmou que nesta segunda-feira a juíza lhe chamou de deselegante e cínico. Dalledone acrescentou que move uma ação no Conselho Nacional de Justiça contra a magistrada.

"Nós iniciaremos hoje o ato sagrado de autodefesa, o interrogatório do acusado. Tivemos um dessabor ao início quando busquei um requerimento de pessoas que deveriam comparecer e a juíza estranhamente disse que não permitiria que nós saíssemos da bancada de defesa e que não nos aproximássemos dela. Também me presenteou com os adjetivos de cínico, deselegante, e que na audiência passada eu quase a agredi. As delegadas da ordem tudo presenciaram", afirmou Dalledone.

O advogado de Jairinho acrescentou que ingressou com pedido de Habeas Corpus que vai ser julgado pela VII Câmara Criminal pedindo liminarmente que interrompesse o interrogatório de hoje (13). Dalledone argumenta que precisa de outros elementos de prova para defender Jairinho no processo. O advogado cita outro raio-x e uma folha faltante no boletim médico. "Ele será interrogado e com ressalva a essas faltas existentes no processo, ele vai responder na medida em que ele encontre algum obstáculo que só possa ser suprido por esta falta, ele vai remeter isso ao silêncio".

Duas advogadas da comissão de prerrogativas da OAB acompanham a sessão a pedido da defesa de Jairinho.

No início da sessão, uma equipe de oito advogados de Jairinho se prostou de pé no plenário, ao lado do réu. A juíza solicitou que o grupo se sentasse à bancada, no que os advogados resistiram. A discussão durou cerca de vinte minutos até que a defesa do réu concordasse em sentar-se.

"Doutora, estou mandando a senhora se sentar. Eu sou a presidente do ato. Não vou ouvi-lo enquanto todos se sentarem", a magistrada solicitou à advogada de Jairinho, Flávia Fróes.

Apenas às 11h52, a juíza deu a palavra a Jairinho. O réu está sentado no banco dos réus e tem a imagem protegida pelo advogado Cláudio Dalledone. Jairinho pediu para fazer uma explanação antes de ser interrogado, o que não foi concedido pela juíza. O ex-vereador afirmou na sequência que só responderia às perguntas da defesa. O ex-vereador iniciou 11h56 a explanação que pretendia, já que a sua advogada Flávia Fróes solicitou que ele fizesse um relato livre.

Em outro episódio que postergou a sessão, a promotora do Ministério Público, Bianca Chaves, repudiou o suposto compartilhamento de uma notícia que chamava a juíza Elizabeth Machado Louro de "Dama de Copas" por parte da advogada Flávia Froes, que negou o ocorrido. A discussão sobre o fato também rendeu mais de dez minutos, atrasando o início da audiência.