Familiares e amigos realizaram manifestação em frente ao Fórum de ItaboraíArquivo Pessoal
A irmã Ana Clara, de 19 anos, disse que ele renasceu no último dia 10: "Ele pisou em casa e foi tudo muito diferente, ele está muito diferente, o Estado mudou meu irmão para sempre toda dor que ele passou deixou marca irredutível na mente dele e de nossa família, ele está acuado, ressentido, com medo, ele se sente um estranho em sua própria casa, mas o nosso sentimento é de alívio de ver que finalmente a justiça foi enfim feita, por unanimidade de todos os desembargadores da quinta câmara, é um sentimento gigantismo de felicidade, mas os danos causados pelo Estado na nossa família e principalmente no meu irmão são irreparáveis, nos marcou pra sempre", desabafou.
De acordo com o advogado Fabio de Souza Tolissano, que representa a família do jovem, ele foi absolvido pela 5ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça por entender que não existem provas suficientes para a condenação.
"A injustiça cometida pelo juiz de piso foi reparada pelo Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro. A quinta Câmara absolveu o Jorge Luiz por entender que as provas não eram suficientes para embasar uma condenação. A defesa estuda agora uma possível Ação Indenizatória contra o Estado", avaliou o advogado.
Ao ser solto, na última sexta-feira, Jorginho foi recebido pela irmã e mãe Eliane Campos, de 52 anos, que estava muito emocionada, na saída do presídio. Eles se abraçaram no momento do reencontro.
Segundo a família, Jorge Luiz tem cegueira progressiva, atrofia congênita no nervo óptico e mobilidade prejudicada por nascimento precoce, o que o impediria de cometer o crime. Além disso, as características do assaltante, que teria 1,80m de altura, não condizem com ele, que tem 1,62. A única semelhança é a cor da pele: ambos são brancos.
"Ele comprou um celular e esse aparelho estava envolvido em um roubo", explicou Ana Clara.
Procurados por O DIA, o Ministério Público e a Polícia Civil ainda não se posicionaram sobre a decisão.
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